A Busca por Modelos

O congresso da SET deste ano, aliado a feira Broadcast & Cable, mostrou um dado interessante sobre o pensamento e comportamento do setor audiovisual diante de temas como interatividade e acesso ao conteúdo pela web. Por um lado, foram apresentadas várias aplicações, explicados por executivos das emissoras como uma nova forma de comunicação com a audiência. Por outro lado, o receio de que concorrência com a internet comprometa o modelo de negócios atual da radiodifusão permeou os debates.

O tema interatividade predominou novamente, tal como já acontecera no ano passado. Várias emissoras e empresas mostraram aplicações interativas no ar e sendo recebidas por set top boxes comerciais, cujo início das vendas está previsto para novembro deste ano. A norma do Ginga está concluída, faltando acertar apenas pequenos detalhes sobre a versão do Java que será obrigatório e publicar a mesma. Depois disso, os receptores poderão ser oficialmente comercializados.

As aplicações transmitidas ainda estão bastante simples no conteúdo que oferecem e nos recursos utilizados. No entanto, são de complexo uso. O tem usabilidade ainda passa longe do desenvolvimento, com interfaces voltadas para quem domina a navegação da web. Houve stands em que o responsável pela demonstração não conseguia usar a aplicação devido a problemas de interface. Imagine o público leigo, ou os 61% da população brasileira que nunca acessaram a internet…

Portal de interatividade do SBT

Portal de interatividade do SBT

Aplicativo “A Fazenda”, da Record

Aplicativo “A Fazenda”, da Record

No entanto, o que chamou a atenção na maioria dos paineis do congresso foi a forma como a interatividade está sendo tratada. Pela primeira vez, o broadbandTV (acesso à TV por banda larga) contagiou os debates, sendo interpretado como oportunidades por alguns e como preocupação para muitos.

Os radiodifusores não se mostraram nem um pouco confortáveis, e, em alguns casos, até irritados, com o lançamento da Samsung, que colocou no mercado uma TV que acessa o Portal Terra e o Youtube, podendo sobrepor os vídeos à programação das emissoras. Assim, é possível assistir gratuitamente a qualquer série disponível nos portais, a qualquer momento, pela televisão. Se as emissoras já estão se debatendo com concorrências ferrenhas entre elas mesmas, agora há um inimigo comum: o conteúdo da web.

Além disso, o modelo boradbandTV permite colocar widgets (pequenos aplicativos que se sobrepõe a interface e acessam serviços em outros sites, como previsão do tempo, posts no Twitter etc.) sobre a programação das emissoras, gerando conflito de atenção. Dessa forma, a tela da TV pode ser divida em funções semelhantes à tela de um computador, onde o próprio telespectador/usuário escolhe o que como deve ser a interface. Isso se acentua com a comercialização, ainda incipiente no Brasil, mas comum na Europa e EUA, dos media boxes, caixas que centralizam todo conteúdo audiovisual da casa. São computadores ligados à TV apenas para gerenciar o que será visto e como.

A reação imediata a essa possibilidade tecnológica foi o fortalecimento do Ginga, visto agora não mais como um recurso da TV digital, mas como elemento central para a sobrevivência do modelo tradicional de radiodifusão atual. Percebeu-se finalmente que as novas mídias são todas interativas e não convivem com atitudes passivas do usuário. A televisão não pode ser diferente. O hábito de ver TV isoladamente, parando todas as demais atividades em função do que está passando na telinha não existe mais entre os jovens. O acesso à internet está cada vez mais presente e agregado à atividade ver TV.

Parece que finalmente o setor de radiodifusão acordou para a evolução tecnológica. A tecnologia está evoluindo muito mais rapidamente do que o setor gostaria, o que gera estratégias de incorporação dos novos recursos ao quotidiano das emissoras. Por um lado, a radiodifusão se opõe radicalmente a presença de conteúdo da web sobre o seu vídeo, e por outro avança no oferecimento de seus conteúdos na web.

Essa política traz um dado novo sobre a convergência entre TV e web, muito apregoada há anos. A convergência entre essas duas mídias já é uma realidade, mas ao contrário do que se acreditava, não está baseada nos serviços que a web oferece, e sim nos vídeos que a televisão oferece. A TV é uma mídia muito maior que a web, seja em acessos (o site mais acessado no Brasil daria traço na medição de audiência da TV), no faturamento, ou na qualidade dos conteúdos produzidos. As iniciativas de colocar redes sociais ou outros serviços tradicionais de internet (como e-mail, acesso a banco etc.) na TV não surtiram muito efeito, tendendo a serem marginais no processo de convergência. Agora, o oferecimento de vídeos por parte das emissoras levou a internet a outro patamar, com conteúdo melhores e mais profissionais (os sites mais acessados no Brasil estão relacionados ao oferecimento de conteúdos em vídeo não gerado por usuários, principalmente notícias).

Além disso, o amadurecimento das ferramentas de publicação dos vídeos na internet e o aumento da banda disponível para os usuários finais estão gerando um novo mercado, totalmente desregulamentado, que pode, sim, concorrer em relevância e qualidade com as emissoras de TV. Isso preocupa o setor de radiodifusão. Como exemplo, ano passado, nas Olimpíadas de Berlin, as emissoras abertas Globo e Band ofereciam no máximo duas opções de transmissões simultâneas de eventos esportivos, quando a grade entre as duas não coincidia. O portal Terra chegou a transmitir 13 eventos simultaneamente. A partir de agora, esses eventos estarão acessíveis também pela TV, concorrendo com as emissoras abertas, que não tem como aumentar muito a oferta (o espectro é limitado, ao contrário da internet) e ainda lutam contra a multiprogramação.

É uma luta desleal, que novamente opõe o poder político das emissoras de TV, com o poder econômico das empresas de telecomunicações, tal qual aconteceu na escolha do sistema brasileiro de TV digital.

Escrito por: Valdecir Becker
Fonte: blog.itvproducoesinterativas.com.br

A Hora e a Vez da Comunicação

A TV digital por si só é uma área totalmente interdisciplinar. A Engenharia predominou no processo tecnológico, o que resultou na melhor tecnologia do mundo (fato comprovado pelo seguimento dos outros países). O sistema está estável, funcionando bem, com poucos problemas pontuais e as críticas estão começando a ceder. Isso do ponto de visto meramente tecnológio, porque do ponto de vista comercial e estético temos poucas mudanças. O número de programas efetivamente em alta definição (sem processo de down/up conversion) está crescendo, mas a programação disponível ainda está longe de atender plenamente as espectativas. Eventos esportivos, algumas telenovelas, alguns shows, alguns programas de auditótio, e nada mais. A interatividade está batendo na porta e, tirando algumas emissoras, ainda não se sabe o que fazer com ela.
Essa foi a mensagem central de uma mesa de que participei na FAAP ontem, durante a 32a Semana de Comunicação da Universidade. Palestrou também André Mermelstein, editor da revista Tela Viva, que focou a apresentação nas mudanças em curso no mercado audiovisual, com a nova formatação da TV e do conteúdo audiovisual. Eu foquei alguns pontos conceituais sobre alta definição e interatividade, como resposta à broadbandTV.
Ao final das palestras, o debate que se seguiu apontou para a falta de contribuições das áreas relacionadas ao pensamento e ao desenvolvimento de conteúdos para essa nova TV. A área da comunicação, especificamente, ainda está engatinhando no tema. Com poucas exceções (o livro da Compós, o programa de pós graduação da UNESP, alguns cursos de especialização, e algumas linhas de pesquisa novas em programas de pós-graduação e outras iniciativas isoladas), os especialistas da área ainda não entenderam que é momento de propor conteúdos e soluções, e não simplesmente refletir sobre os erros cometidos. São posturas desse tipo que atrasam o processo de implantação, pois, se as emissoras não tem como recorrer às universidades, recorrerão a quem? Quando a Engenharia foi chamada a dar sua resposta, os resultados foram amplamente positivos, com conhecimentos gerados que continuam resultando em pesquisas com alta repercussão internacional.
E as escolas de jornalismo, RTV, PP, o que estão gerando para contribuir no processo? Fiz um rápido levantamento sobre o que tem disponível na web de propostas de interatividaes para a TV digital. Praticamente todas as aplicações e discussões tem origens na informática e na engenharia. Achei pouquíssimas contribuições de pesquisadores da comunicação.
Trata-se um desafio urgente para ser encarado muito seriamente, que exige resultados pró-ativos imediatos. A área da comunicação perdeu o primeiro trem da história, quando não entrou na formação dos consórcios de pesquisa em 2004. Agora está correndo o risco de perder o segundo, deixando de contribuir para que essa nova televisão iminente esteja mais próxima do que a sociedade espera e precisa.

Escrito por: Valdecir Becker
Fonte: blog.itvproducoesinterativas.com.br

Tecnologia Aberta, Java DTV, favorece o Desenvolvimento da TV Digital no País

Aprimorada constantemente pela comunidade Java, a linguagem open source Java DTV tende a favorecer a TV Digital, transformando seu middleware em um avançado meio de interatividade

A linguagem Java pode se transformar em um dos pilares computacionais para as transmissões da TV Digital no Brasil. Criada pela Sun Microsystems, líder mundial em soluções de infraestrutura de tecnologia da informação, para o desenvolvimento de softwares para PCs, ambientes industriais e eletrodomésticos, a codificação está para se tornar, definitivamente, um dos componentes do middleware Ginga, software escolhido pelo Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) como padrão para garantir a harmonia entre a operação do receptor televisivo e o funcionamento das aplicações que garantem a interatividade com o telespectador. Segundo a Sun Microsystems, a escolha, por parte do SBTVD, da Java DTV, especificação componente do Ginga-J recém-criada pela companhia e por um grupo definido pelo próprio Fórum SBTVD para livrar fabricantes de set-top boxes e transmissores de custos elevados, provavelmente popularizará o acesso aos equipamentos receptores de sinal digital. As linhas de programação do software Ginga-J que, junto do Ginga-NCL, forma o Ginga – são escritas por meio de uma tecnologia de programação reconhecida e melhorada a todo momento em qualquer canto do planeta. Java: tecnologia aberta e universal – A Sun Microsystems não é a única empresa que cuida das especificações da linguagem de programação computacional Java. No caso da TV Digital, a Java DTV, que é a linguagem específica para este setor, além da Sun Microsystems há milhares de outras empresas e profissionais atuando conjuntamente para aprimorar constantemente o padrão. No Brasil, por exemplo, o Serpro é uma das organizações que estão engajadas neste processo de inovação e evolução da linguagem. “A atualização e os aprimoramentos da Java, então, não são de propriedade exclusiva da Sun. Sua evolução é prioritariamente do mercado. Isto é, sem dúvida, é o maior diferencial da tecnologia”, aponta Luiz Fernando Maluf, diretor para as Américas da Sun Microsystems. Uma das principais organizações que estão ligadas ao desenvolvimento da tecnologia Java é a JCP (Java Community Process), comunidade global voltada para o desenvolvimento e a revisão de especificações da tecnologia Java. “A JCP agrega mais de mil companhias e profissionais independentes do mundo inteiro que já usam a linguagem de plataforma aberta. Ou seja, estamos em mercados que não se restringem ao Brasil. Por isso, a Java certamente abrirá portas para o padrão brasileiro aqui e lá fora”, diz Maluf. Outra vantagem da Java DTV é que sua especificação foi criada pela Sun Microsystems em conjunto com um grupo definido pelo Fórum SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital). “A especificação é, portanto, de co-propriedade da Sun e do Fórum SBTVD”, conta Maluf. “O Fórum pode, inclusive, optar pela customização da especificação com os outros módulos do Ginga. Além disso, caso tenha interesse, pode realizar a implementação ou determinar que empresas o façam”, detalha Maluf. É também uma decisão do Fórum qual tipo de licença deverá reger a implementação comercial da especificação Java DTV no middleware no mercado brasileiro. Mercado maduro – As vantagens do uso da codificação orientada a objetos também são percebidas quando se vê quantos programadores a dominam. Apenas em solo brasileiro, são mais de 110 mil desenvolvedores registrados em comunidades especializadas em programação. Ou seja, como a linguagem é madura, há mão-de-obra pronta para pensar em novas funcionalidades para o Ginga-J. “Com este celeiro criativo trabalhando para criar e melhorar aplicações da TV Digital, a tecnologia de ponta das emissoras encontrará respaldo funcional à altura quando suas programações chegarem nos usuários”, aponta Paulo Riskalla, líder da área de Software OEM da Sun Microsystems para América Latina. De acordo com o executivo, tal contexto resultará em aplicações mais ricas e completas para os telespectadores, que terão à disposição uma infinidade de funções enquanto assistem à TV. “Ações como a realização de compras, acesso a portais e obtenção de dados sobre o programa e seus atores são apenas as primeiras que podem surgir com o uso da Java. Sem dúvida, com a tecnologia, ver televisão será muito parecido com a navegação na Internet”, garante Riskalla. Receptores mais acessíveis – Segundo a Sun Microsystems, a escolha, por parte do SBTVD, da Java DTV, especificação componente do Ginga-J recém-criada pela Sun Microsystems e por um grupo definido pelo próprio Fórum SBTVD para livrar fabricantes de set-top boxes de custos, provavelmente popularizará o acesso aos equipamentos receptores de sinal digital. “Sem ter de pagar royalties e com custos de licenciamento comercial acessíveis, os industriários do setor de receptores ficarão estimulados a investir, o que, consequentemente, tende a baixar os preços dos seus produtos e, assim, aumentar a abrangência da TV Digital”, afirma Riskalla. Aliás, a perspectiva é que o Brasil seja o segundo mercado de set-up boxes entre os países emergentes e o sexto maior em todo o planeta até 2012, de acordo com a IMS Research. “Além de, indiretamente, facilitar a popularização da TV Digital, a homologação da Java DTV pavimentará caminhos para que o Ginga-J seja exportado e, no sentido oposto, padrões internacionais de interatividade venham para cá. Este intercâmbio é excelente para a TV Digital ganhar em qualidade”, ressalta Riskalla. O executivo esclarece, entretanto, que implementações comerciais não são gratuitas. “Mas, como queremos que os mercados do Brasil e da América Latina cresçam, estabelecemos um valor bem competitivo para os licenciamentos comerciais das tecnologias de propriedade da Sun”, observa Riskalla.

Escrito por: Sun Microsystems
Fonte: http://br.sun.com/sunnews/press/2009/20090417.jsp

TV Digital: Aproveite as Oportunidades de Negócio que Surgem

Início da televisão digital no Brasil traz consigo diversas chances de negócios, vagas de trabalho e nichos em aberto em tecnologia e telecomunicações.

Quando um paradigma muda, todo o mundo volta ao zero. A frase disseminada pelo futurista Joel Barker, que apresenta a idéia no filme A questão dos paradigmas, mostra o quanto empresas e antigos líderes de qualquer assunto ficam vulneráveis diante de um novo conceito, regra ou padrão. “Todo o trabalho anterior, não significa nada”, completa.

A estréia da televisão digital no Brasil traz à tona o ensinamento do executivo, porque é o momento de os envolvidos no processo – principalmente da indústria de equipamentos de recepção e emissoras de tevê – repensarem suas práticas e estratégias.

Mesmo entre as radiodifusoras abertas, cenário no qual a Globo parece intocável no primeiro lugar, nada está garantido. As novidades trazidas pelo modelo digital, como a chance de assistir à televisão no celular e outros equipamentos móveis, assim como a interatividade, mostram que será preciso um novo modelo de programas. De que tipo? Isso ainda é um mistério.

Justamente por existir um mundo de possibilidades, sem referências específicas nem em outros países, é que todos os competidores estão na mesma linha de partida. Conforme afirma o diretor da rede Bandeirantes, Frederico Nogueira, a televisão digital e a possibilidade de exploração de programas interativos iguala a todos os concorrentes. “Quem for mais eficiente ao descobrir como fazer os programas e ao entender o que querem os consumidores, terá descoberto uma mina de ouro”, aposta.

Um dos poucos exemplos de o que se faz hoje com interatividade pela tevê está no Japão. De acordo com Takakashi Ito, responsável pela área de desenvolvimento de novos produtos da emissora japonesa IPC World, há programas em que as inscrições são feitas antes do início da atração e, já em andamento, os participantes escolhem suas preferências entre opções exibidas. “Em uma viagem turística, o telespectador decide entre hotéis, restaurantes e quem ficar mais perto da cota definida previamente para aquela viagem, ganha. E tudo isso é feito em tempo real, com votos feitos pelo controle remoto”, explica.

Entretanto, um dos criadores do Ginga (software de interatividade desenvolvido no Brasil), Guido Lemos, explica que um dos avanços permitidos pelo sistema usado localmente é que foi pensado dentro de uma estrutura que considera a possibilidade de comunicação entre diversos eletroeletrônicos. “Quando a televisão digital foi concebida nos EUA, Europa e Japão, não havia redes sem fio Ethernet ou PLC (Power Line Communications) e isso limitava como a interatividade podia ser explorada”, argumenta.

No Brasil, várias pessoas podem participar se conectarem o celular via Bluetooth ou usando outros tipos de canais de retorno (a telefonia fixa, móvel e a rede WiMax são exemplos). Nesse caso, o telespectador acessa tanto os recursos interativos dos programas quando sistemas transacionais, como de comércio eletrônico, acesso a bancos e até os sistemas de governo eletrônico.

“Outro filão importante é o de propaganda, já que quem criar meios interativos atraentes poderá ter mais vantagem e resultado direto de resposta do público a partir do espaço usado”, ressalta Sidney Longo, da diretoria de TV Digital do CPqD. Justamente por essa razão, os desenvolvedores de sistemas interativos representam a maior parte da demanda de mão-de-obra que será criada pela tevê digital, que segundo a NEC, é de 25 mil empregos diretos.

Para isso, no entanto, o Ginga precisa ficar pronto comercialmente, o que ainda não aconteceu. Essa, inclusive, é uma grande oportunidade de atuação para qualquer profissional da área. E tentar, literalmente, não custa nada. O software está registrado no nome da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade Federal da Paraíba, mas ambas decidiram não cobrar royalties por quem acessa a norma e promove o desenvolvimento a partir dela. “Só quem quiser o sistema pronto – caso queira acelerar o tempo de desenvolvimento – terá de pagar às universidades”, explica Lemos.

Os desenvolvedores brasileiros de software, conhecidos pela habilidade e criatividade na elaboração de jogos para celular e videogames, poderão investir em um novo filão, o de aplicativos que rodarão nos aparelhos receptores de TV digital.

As operadoras de telefonia, se incentivarem a exploração da interatividade, também poderão se beneficiar, porque são essas empresas que oferecem a maior parte das opções de canal de retorno. E a interação é muito mais abrangente do que apenas como formas de entretenimento, como hoje se destaca.

Para o diretor da novela Dance Dance Dance, da rede Bandeirantes, Del Rangel, existe um profissional na produção das novelas para responder às perguntas sobre onde encontrar em lojas as roupas e acessórios dos personagens. “Com a interatividade, essas informações e até a compra dos produtos poderá ser feita com o uso do controle remoto, o que prova que, na verdade, a interatividade é sinônimo de negócios”, destaca.

O CPqD concorda com a afirmação do diretor e, conforme destaca Sidney Longo, após dois ou três anos da estréia do padrão digital, tanto emissoras quanto fabricantes e agências de publicidade contarão com alguma ferramenta interativa. “Acreditamos que a interatividade da tevê digital é o próximo boom das comunicações, depois da telefonia fixa, da televisão tradicional e da telefonia móvel”, aposta outro profissional do CPqD, Juliano de Castilho Dall’Antonia.

Por isso, o diretor-executivo da RF Telavo, Jakson Alexandre Sosa, comenta que, além da demanda por profissionais nas emissoras de televisão aberta, também há vagas difíceis de serem preenchidas na indústria. Para solucionar o problema e diante do fato de que as universidades não terem muitos cursos voltados para a área, a empresa está formando sua própria mão-de-obra.

Entretanto, segundo ele, depois do treinamento e de as pessoas ficarem com bom nível de conhecimento, as emissoras as levam embora. “As radiodifusoras têm várias áreas de necessidade e muitas precisam de especialistas, como em produtos e aplicativos de middleware que formam um cenário amplo que as fazem ter mais problemas que nós da indústria”, afirma.

Na Samsung, o problema da falta de profissionais só não é maior, segundo Benjamin Sicsú, vice-presidente da companhia, porque a empresa possui um centro de pesquisas que ajuda na formação de pessoas. “Quem tem institutos desse gênero precisa treinar e contratar com antecedência”, explica. Apesar disso, ele diz que a companhia deverá aumentar o número de contratações e que a preocupação é especialmente com profissionais que entendam de semicondutores, porque “os profissionais de eletrônica são muito bons”, avalia.

Essas organizações, assim como as que atuam no setor de equipamentos de transmissão do sinal, também poderão ocupar um nicho rentável. Enquanto o mercado de venda de conversores (receptores domésticos de sinal) deverá movimentar 10 bilhões de reais em três anos – segundo previsão do ministério das Comunicações –, o setor de transmissores e equipamentos de gravação de programas é maior, já que só para anteceder a estréia da transmissão do sinal, as emissoras no total indicam investimentos de aproximadamente 315 milhões de reais.

Mas isso inclui basicamente a preparação para a transmissão em São Paulo e ainda será preciso adaptação e compra de novos equipamentos para atender a todo o País. E o prazo é curto. Afinal, em 10 anos, o sinal analógico será interrompido.

Mobilidade

Os brasileiros aficionados por televisão, novela e futebol deverão nos próximos anos aumentar o tempo que assistem à televisão. O que também representa uma lacuna ainda não preenchida nos negócios, já que poucos produtos para isso foram apresentados. Entretanto, o mercado japonês dá uma amostra do potencial. Segundo informações da sede da Panasonic no Japão, o número de celulares equipados com a tecnologia one-seg, que permitem assistir a imagens de televisão aberta em dispositivos móveis saltou de 3,4 milhões em dezembro de 2006 para 9,8 milhões em agosto de 2007.

Até agora, nenhuma fabricante de celulares apresentou aparelhos adaptados no Brasil. Apesar disso, já existem aparelhos de televisão portátil. A RF Telavo, que tem uma parceria com a indiana Encor, apresentou informalmente um equipamento; a coreana KR Display levará os produtos móveis às prateleiras nacionais em dezembro, e a Tectoy mostrou ao mercado já oficialmente um dispositivo com saída USB para permitir aos notebooks assumirem um pequeno papel de televisores.

Outro nicho, que parece promissor, mas até agora foi pouco comentado no mercado, é o de televisores em carros, ônibus e outros meios de transporte. De acordo com Frederico Nogueira, da Band, testes mostram que o padrão brasileiro permite imagens perfeitas mesmo durante deslocamentos de até 120 quilômetros por hora. No Japão, até setembro de 2007, havia 777 mil veículos com esse recurso, contra apenas 260 mil até dezembro de 2006.

Oportunidades, portanto, não faltam. Há vagas promissoras de trabalho em aberto, assim como nichos de mercado que poderão render boas quantias para os pioneiros donos das melhores idéias. Além de eficientes em desenvolvimento de software ou programas, na fabricação de máquinas ou em qualquer outro setor dos que circundam a televisão digital, os empreendedores de sucesso serão aqueles que conseguirem da melhor forma entender o que querem os telespectadores.

Programas específicos para os equipamentos móveis, por exemplo, são uma possibilidade altamente promissora, porque podem atender a necessidades específicas do telespectador, que não dividirá a imagem com mais ninguém.

Escrito por: Luiza Dalmazo
Fonte: ComputerWorld

Faltam Profissionais Especializados em TV Digital

Samsung, Philips, RF Telavo e Linear dizem que devem aumentar as contratações, mas salientam que quem vai precisar de mais mão-de-obra são as radiodifusoras.

Há uma carência tremenda de profissionais especializados em TV Digital no mercado e fabricantes como a Philips, Samsung, RF Telavo e Linear concordam que a demanda ainda vai aumentar.

“Se houvesse oferta de mão-de-obra, contrataria hoje pelo menos 50 profissionais, principalmente na área de radiofreqüência”, ressalta o diretor executivo da RF Telavo, Jakson Alexandre Sosa. Para solucionar o problema e diante do fato de que as universidades não têm cursos voltados para a área, a empresa diz que está formando sua própria mão-de-obra. “Varremos as faculdades do estado de São Paulo e não achamos ninguém, então partimos para buscar pessoas no nosso centro no Rio Grande do Sul”, conta.

Segundo ele, o problema é que, como de praxe, depois do treinamento e de as pessoas ficarem lapidadas as emissoras as levam embora. “As radiodifusoras têm várias facetas e muitas áreas que precisam de especialistas, como em produtos e aplicativos de middleware que formam um cenário amplo que as fazem ter mais problemas que nós”, afirma.

Na Samsung o problema da falta de profissionais só não é maior, segundo Benjamin Sicsú, vice-presidente da companhia, porque a empresa possui um centro de pesquisas que ajuda na formação de pessoas. “Quem tem institutos desse gênero precisa treinar e contratar com antecedência”, explica. Apesar disso, ele diz que a empresa deverá aumentar o número de contratações e que a preocupação é especialmente com profissionais que entendam de semicondutores, porque “os profissionais de eletrônica são muito bons”, avalia.

A Philips conta que também não tem sofrido tanto porque acredita que ainda não chegou a hora em que precise de pessoas realmente especializadas. “Os produtos mais imediatos já estão prontos, como o set up box – talvez em dezembro e em 2008 é que precisaremos de mais desenvolvimento interno”, acredita Walter Duran, diretor de tecnologia da empresa.

De acordo com o executivo, quem realmente vai sofrer com a falta de profissionais são as radiodifusoras, que demandarão profissionais para o desenvolvimento do Ginga. “A chave do ouro está no middleware, que fica entre o sistema operacional e o hardware e vai determinar as aplicações”, descreve.

A Linear, fabricante nacional de equipamentos de transmissão de sinais para TV, contratou recentemente 23 pessoas para a linha de montagem e seis para desenvolvimento dos primeiros transmissores. O executivo diz que é difícil principalmente encontrar pessoas para o desenvolvimento, porque não existe formação para isso. “E a demanda ainda vai aumentar muito depois do início oficial das transmissões”, aposta.

Escrito por: Luiza Dalmazo
Fonte: ComputerWorld

Conheça Algumas Opções de Cursos de TV Digital

A demanda por profissionais especializados em TV Digital tende a aumentar até o começo de dezembro deste ano – quando começam as transmissões nesse padrão de radiodifusão – e também depois, quando o número de espectadores crescer. O COMPUTERWORLD apurou com fabricantes que a falta de profissionais já é significativa e por isso levantou algumas universidades e instituições que oferecem cursos na área, para que você se prepare e aproveite a onda.

Entre as instituições que procuramos, poucas oferecem cursos específicos e outras têm planos, como a Universidade de São Paulo, que está articulando um curso de pós-graduação na área.

Guido Lemos, professor da Universidade Federal da Paraíba – que trabalhou no desenvolvimento do middleware – conta que tem uma disciplina de um semestre sobre o tema no curso de pós-graduação em informática e que os alunos da graduação podem participar das aulas dentro do programa de disciplinas optativas.

As iniciativas mais adiantadas, no entanto, são do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Metodista de São Paulo e Instituto Genius.

A Inatel tem turmas de pós-graduação em Engenharia de Sistemas de TV Digital e Internet Protocol Television (IPTV) em Campinas (SP), São Paulo capital e Santa Rita do Sapucaí (MG), sede do Inatel.

A Metodista também tem algumas iniciativas em TV Digital e, de acordo com o professor Sebastião Squirra, há inclusive uma idéia de fazer com que o curso de graduação em Rádio e TV seja totalmente voltado para as mídias digitais. “Procuramos aqui fazer uma interface entre a tecnologia e a comunicação”, explica. O destaque, entretanto, é para a Pós-graduação em Produção para TV Digital, que abrirá uma nova turma em breve. Squirra afirma ainda que a universidade tem um grupo de pesquisa focado especificamente em TV Digital, dentro do ComTec (Comunicação e Tecnologias Digitais).

O Mackenzie também tem uma Pós-graduação em TV Digital, voltada para engenheiros e outros profissionais graduados e com conhecimentos técnicos que atuam com sistemas de empresas de rádio e televisão, oferecida no campus São Paulo. O objetivo do programa é estudar os parâmetros básicos e padrões da digitalização da imagem e som, da compressão do sinal digitalizado, da modelagem o do canal, dos padrões adotados e dos testes de desempenho. Além disso, visa a compreensão da implantação da TV digital no Brasil e de outros meios de transmissão da TV digital.

Outra opção é o curso de Pós-graduação em TV Digital oferecido desde 1987 pela UFRJ, nos modelos Stricto-sensu e Lato-Sensu desde 1999. Além disso, a instituição tem cursos de extensão em TV Digital regularmente, que segundo escreveu o leitor e professor associado do departamento de eletrônica da UFRJ, Eduardo A. B. da Silva, abastece a necessidade de algumas emissoras de televisão.

Finalmente, o Genius Instituto de Tecnologia em parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (CEFET-AM) oferece cursos no Centro de Capacitação Tecnológica Anísio Teixeira. Conduzido pelo líder de projetos no Genius, Valteir Romão, o curso tem duração de 552 horas, é gratuito e voltado principalmente para o desenvolvimento de projetos em TV Digital.

Escrito por: Luiza Dalmazo
Fonte: ComputerWorld

Publicidade, Jornalismo e a TV Digital Interativa

A televisão chega hoje a 95% dos lares em todo o país, de norte a sul é com certeza o veículo de comunicação mais usado em todo território nacional (e do mundo). Agora, neste exato momento, existem milhares de canais no brasil transmitindo conteúdo, sejam as grandes emissoras e suas afiliadas em todo território nacional, sejam as tvs comunitárias, universitárias, a cabo, do governo, etc. O fato é que cerca de 90% da população brasileira se informa apenas por um meio: a televisão. E não é por menos, além de estar presente em quase 100% dos lares brasileiros, a televisão é aberta e gratuita.

Isso nos faz um questionamento, com a chegada da TV Digital e a possibilidade de interatividade entre TV-Usuário e vice-versa, todo esse modelo de jornalismo, publicidade e marketing na TV será o mesmo ?

A respostá é: ABSOLUTAMENTE NÃO !

O que muda então ? …

Hora, muda absolutamente tudo. Aquele usuário que estava acostumado a apenas ver o que a emissora transmitia, agora vai poder interagir de forma direta com a programação. Interagir com o vídeo publicitário que está passando, ou melhor, dependendo do vídeo, é melhor pulá-lo e ir logo pra aquele programa que você deseja tanto ver. Isso já é possível em várias partes do mundo. OS DVRs (Digital Video Recorders) são febre nos EUA. Esses aparelhos permitem você salvar aquele programa que tanto gosta, pra assiti-lo posteriormente mais sossegado ou “pular”  “passar pra frente” determinado conteúdo, uma técnica chamada de zapping, para assistir logo àquele filme que tanto deseja, um efeito semelhante ao do vídeo-cassete o qual você pode rebobinar ou passar pra frente a fita. E isso já pode ser um alerta aos publicitários e profissionais afins brasileiros: Os DVRs foram os responsáveis por cerca de 27 bilhões de dólares em prejuízos às agências de publicidades americanas. Segundo um estudo da AdvertisingAge, 70% dos americanos que possuem esses aparelhos “pulam” os anúncios das redes de TV. Isso já foi suficiente para que houvesse um rebuliço entre os publicitários americanos, os quais não estavam preparados ou simplesmente ignoraram a TV Digital. Um novo modelo deve ser empregado.  Só como curiosidadade, a rede americana KFC (aquela mesma do frango frito) bolou uma forma muito interessante e bem eficiente para que as pessoas assistam aos seus anúncios na TV sem fazerem o zapping. Em um comercial da rede, se o usuário passar em slow-motion, ele verá uma mensagem escondida que decodificada fornece um cupom que dá direito a um sanduíche gratuito.

Mas com certeza, a TV Digital não veio para quebrar ou desestabilizar as agências publicitárias. Na verdade quem souber usá-la, terá uma grande ferramenta nas mãos. Do comércio pela TV à interatividade como arma para envolver o usuário. Por exemplo: Uma agência produz determinado programa voltado ao universo da música. Dependendo da criatividade dos publicitários, esse programa poderá embutir “n” aplicativos, os quais poderão, por exemplo, fornecer interatividade ao usuário (ou seja, uma forma a mais de manter o usuário assistindo ao seu programa) e o mais interessante, a possibilidade desse programa trazer um retorno financeiro imediato a todos envolvidos. Como ? Normalmente os apresentadores usam roupas fornecidas por alguma marca, essa marca paga uma determinada quantia para a produção do programa para que o apresentador ou apresentadores a usem, como forma de propaganda da marca na TV. Uma aplicação interativa poderia ser embutida neste programa de forma que possibilitasse a venda daquela camiseta, daquela calça, ou daquele sapato.
Atire aqui a primeira pedra quem nunca quis ter aquela camiseta ou aquele vestido daquela atriz da novela. E com a interatividade isso é perfeitamente possível. O usuário acessaria o aplicativo  em tempo real e veria os tamanhos e as cores das peças por exemplo. E isso não se restringe apenas as roupas mas a todo o ambiente do programa, intrumentos musicais que os cantores utilizaram, aquela mesa em que os participantes ficaram conversando, e etc. A produtora do programa poderia barganhar uma porcentagem da venda de cada objeto. E isso é bem sério, estimativas dizem que o e-commerce (comércio pela internet) cresce cerca de 35% ao ano no Brasil. Isso porque o usuário necessita ter um computador e ainda pagar todo mês para ter conexão com internet. No caso da TV é diferente, como mencionado, 95% dos lares brasileiros possuem TV, e o sinal digital é de graça, ninguém precisa pagar. Não é preciso ser nenhum guru para dizer que o T-Commerce (comércio pela TV) é uma mina de ouro. Primeiro: A curiosidade de comprar algo pela TV; Segundo: Os brasileiros são consumistas por natureza; Terceiro: A facilidade em comprar algo que antes parecia impossível, apertando 3 botões do meu controle remoto posso comprar uma camiseta igual ao que o apresentador está usando no programa. Isso é apenas um exemplo, das “n” possibilidades de negócios que se abrirão, e que mais cedo ou mais tarde, todos vão ter que aderir.

Uma pergunta me vem a tona. As agências publicitárias estão prontas e preparadas para isso ?

Outra vez a respostá é: ABSOLUTAMENTE NÃO !

Talvez, possamos contar nos dedos, as agências que estão se preparando para esse novo modelo de publicidade. Nós brasileiros temos uma cultura de deixar tudo para a última hora, já ouvi pessoas dizendo que não se importam com isso pois a TV Digital ainda não interfere nos modelos de negócios atuais e que seria uma total precipitação qualquer coisa  neste sentido. Mas eu não me surpreenderia se essa mesma pessoa visse uma concorrente lançar algum tipo de aplicação interativa em seus projetos e tomar o seu lugar no mercado. Pode ter certeza que se você for correr atrás, saiba que ela pode estar há meses, até anos na sua frente. O custo também é citado como empecilho, pois como toda nova tecnologia,  a capacitação de profissionais é um fato nas empresas. Mas a pergunta não é “Tenho que gastar com todo meu pessoal ?“, “Será que não vou perder tempo investindo em uma coisa que ainda não existe ? ” .  A pergunta é: Como eu vou lucrar com isso ?

Um outro modelo de publicidade possível é a introdução de banners e pop-ups nas aplicações. Assim como ocorre na internet, um vídeo publicitário poderia inserir anúncios de patrocinadores ou até mesmo algum merchandising.

Já no jornalismo, o desafio é outro. O fenômeno da Web 2.0 já nos dá uma idéia do que está por vir. Hoje todos vivem uma necessidade tremenda de estarem “conectados”, e não é só isso, a internet popularizou-se de tal forma que alguns documentários, programas e filmes são feitos espificamente para serem rodados na grande rede. E cada vez mais, usuários anônimos estão usando essa ferramenta para disponibilizarem suas idéias e seus projetos. Posso citar aqui vários exemplos de conteúdo que foram veiculados na web e que hoje seus criadores produzem e apresentam programas em grandes emissoras. O fato é: o jornalista deve se aproximar do usuário, das pessoas. Porque são elas que farão a programação da nova TV, alguém aqui vê o Fantástico ? No fantástico há um quadro claro dessa aproximação Jornalismo-Usuário-Internet, onde os usuários mandam vídeos diversos os quais são transmitidos pelo programa. A globo faz uma antecipação do que está por vir, funciona como um termômetro para medir até que ponto essa interação pode chegar. E o resultado é que o termômetro chega ao máximo, pois cada vez mais, usuários mandam vídeos querendo participar do programa. O papel do jornalista agora não é levar a notícia até nossas casas, é fazer com que nós a levemos até eles. Um outro exemplo é quando acontece algum fato extraordinário, como por exemplo um acidente. Recentemente um avião bi-motor caiu em um estacionamento de um grande shopping em Goiânia. Entrando na internet, em praticamente todos os portais, havia um link que o portal disponibilizá-va para que usuários que estavam no local e que tiraram fotos ou fizeram vídeos fizessem o upload desses arquivos. No outro dia havia um vídeo mostrando o avião sobrevoando a cidade, vídeo o qual foi veiculado em todas as emissoras do país. Mais uma vez, uma pessoa anônima contribuiu para uma reportagem, com um detalhe: sem ganhar absolutamente nada. Do outro lado, o jornalista e a emissora agradecem, pois o jornalista nem precisou de muita força para fazer a matéria, pois o conteúdo (o principal) já tinha em mãoes e além do mais nem precisou sair do seu estado para fazer uma matéria, e a emissora não precisou ter gastos mandando alguém para cobrir o ocorrido. Tudo feito dentro do seu escritório com ar condicionado e frigobar.

Nos EUA há um projeto encabeçado pelo jornalista , professor e coordenador do Departamento de Comunicação e Estudos de Mídia da Universidade de Nova Jersey, John Pavlik intitulado de “situated documentaries”. Este projeto utiliza os recursos da interatividade da TV Digital. A finalidade do projeto é criar documentários em determinadas áreas no entorno da Universidade e em alguns outros locais dos EUA. O desafio é fazer com que a população participe dos documentários, como co-autores das histórias produzidas pelos alunos de jornalismo.

O interessante é que o jornalista poderá também visitar o local virtualmente, tendo apenas que acessar qualquer dispositivo móvel com suporte ao sinal digital.

O assunto é bem extenso, poderia ficar falando ainda aqui por muito tempo. Vou encerrando aqui, mas prometo voltar a este assunto que é bastante interessante.

Obrigado !


Por: Daniel Alves da Cruz
danielcruz733.wordpress.com

Acesse
www.grupogingagoias.com.br

twitter.com/grupogingagoias

Modelo de TV Digital abre oportunidade para Desenvolvedores

Todos nós sabemos que a TV Digital entrou em operação em dezembro de 2007 em São Paulo, e que de lá pra cá vem sendo implementada pelo Brasil afora. Também sabemos as grandes melhorias que ela trouxe principalmente no que se diz respeito a resolução da imagem e a qualidade do áudio. Mas o que realmente importa para nós, profissionais de T.I. é a chegada da interatividade pelo middleware Ginga aos lares de todo Brasil. A interatividade na TV abrirá um enorme campo de atuação para os desenvolvedores, seja na iniciativa privada, no governo ou para aquele que faz homework. E quem com certeza sairá lucrando com isso, serão os desenvolvedores Java. Diferentemente daqueles que só programam para a Web ou para os desenvolvedores de aplicativos para celulares que possuem como clientes apenas as grandes operadoras, os sistemas desenvolvidos para a TV possuem um campo muito mais amplo, difícil até de especificar. Só para citar, temos diversas emissoras espalhadas pelo país, de grande, médio e pequeno portes, sem falar nas afiliadas. Temos também as agências de publicidades que desenvolvem programas para TV, documentários, videoclipes, propagandas, filmes, shows, dvds, etc, fora outros setores que se interessarem pelo desenvolvimento de algum aplicativo e produções independentes. Bom, mas para que tudo isso vire verdade ainda falta algumas regulamentações a serem feitas pelo governo sobre esse novo modelo de televisão.

O que se sabe é que esse mercado sofrerá um grande aquecimento nos próximos anos, o que acarretará em empregos em diversos setores desde produção artística à comercial. Uma vez mais, os profissionais terão que estar capacitados para atender uma grande demanda por aplicações interativas para TV. Sabendo disso, as grandes emissoras já começam a se movimentar e a fazer o treinamento do seu pessoal nas ferramentas do middleware Ginga. Emissoras como Globo, MTV, Record, Bandeirantes, … já possuem o seu quadro de funcionários treinados nas ferramentas NCL/LUA e já testam (no caso da Globo) vários tipos de aplicações desenvolvidas nessa linguagem.

Bom, tendo em vista esse grande mercado que se abre, o profissional que começar hoje, sairá ganhando amanhã.

Até mais !!

Por: Daniel Alves da Cruz
danielcruz733.wordpress.com

Acesse
www.grupogingagoias.com.br

twitter.com/grupogingagoias