Foi realizado no dia de ontem (30/09/2010) em Brasília o Fórum TIC sobre o desenvolvimento da TV Digital. O Fórum TIC idealizado pela Dataprev contou com palestras e debates de alto nível. Estavam presentes representantes da Dataprev como Marcos Munhoz e Edson Castilhos, responsáveis pelo projeto TV Digital Social, Emerson Weirich da Empresa Brasil de Comunicação, Luiz Eduardo Cunha Leite da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e um dos pesquisadores que trabalharam na implementação do Ginga-J, Marcelo Moreno do Laboratório Telemídia da PUC-Rio e líder da Comunidade Ginga no Portal do Software Público e Laisa Caroline de Paula Costa do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológicos da USP.
Em um dia de palestras e debates foram esclarecidos pontos importantes sobre o processo de implantação de TV Digital no Brasil, assim como o andamento da interatividade.
Veja abaixo um resumo das palestras e os principais pontos debatidos no Fórum TIC.
Palestra de Laisa Costa do LSI-TEC USP: Segurança em Aplicações Interativas
Laisa Costa começou sua palestra com um pequeno histórico do SBTVD.
Para Laisa Costa a broadband TV e o Ginga andarão juntos: “Devemos entender e compatibilizar pois esses dois mundos andarão juntos”.
“A grande força do Ginga contra o broadband TV é que o Ginga poderá ser usado em todos os conversores vendidos no país, não só em conversores fixos mas também em dispositivos móveis como celulares”.
N05-Segurança para Aplicativos
Segundo Laisa, a idéia da N05 é centralizar toda a questão de segurança com relação às outras normas. “A N05 determinará todos os requisitos de segurança. As outras normas poderão implementar APIs de segurança, mas a N05 que determinará quais são os requisitos de segurança”.
No momento está sendo desenvolvido o segundo volume da norma, o volume 1 já foi publicado e diz respeito ao Controle de Cópias. O volume 2 diz respeito à Segurança de Serviços, foi escrita com participação do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e teve os seguintes requisitos:
- autenticação de usuário por senha e login
- smart card,
- autenticação do receptor (requisito imposto pelas instituições bancárias)
- proteção do canal de interatividade (para transações sigilosas, como aplicações bancárias)
- autenticação dos dispositivos externos
- download de software residente (atualização de aplicativos residentes ou do S.O ou middleware deve ser confiável)
Para que as aplicações baixadas nos receptores não comprometam os mesmos, a idéia segundo Laisa é certificar as empresas que desenvolvem os aplicativos. “A empresa vai assinar esse aplicativo e dizer que se responsabiliza por ele”.
APIs Críticas
“Existem algumas APIs no middleware que consideramos críticas. A utilização do canal de retorno e o armazenamento persistente do receptor podem ser utilizados por aplicações maléficas”.
A idéia é que aplicações que utilizem dessas APIs “críticas” sejam certificadas e assinadas pela empresa desenvolvedora.
“Haverá uma assinatura digital de software, e para verificar se essa assinatura está correta usaremos os certificados de identidade da ICP Brasil”. Disse Laisa.
E quem poderá assinar uma aplicação interativa ?
Segundo Laisa, a concessão para assinaturas de aplicações interativas para TV Digital que usem essas APIs críticas serão dadas pelo Fórum SBTVD.
O Processo de Certificação na TV Digital
Receptores: Os receptores virão de fábrica com certificado digital concedido pelo ITI.
Aplicações: O Fórum do SBTVD será o responsável pela concessão de certificados para assinaturas de aplicações interativas.
Certificados: As autoridades certificadoras da ICP Brasil gerarão os certificados de identidade para as entidades aprovadas pelo Fórum SBTVD
Entidades: De posse desses certificados as entidades desenvolvedoras de aplicações interativas poderão assinar suas aplicações e disponibilizá-las para as emissoras para que as mesmas possam transmitir para o usuário.
Receptor-Usuário: Com o certificado raiz da ITI os receptores verificarão a validade dessa assinatura no momento em que a aplicação é baixada.
A Norma N05 Atualmente
Segundo Laisa a norma foi aprovada pelo módulo técnico e eles estão escrevendo alguns anexos à norma como a complementação de APIs críticas do Middleware, se há mais APIs de caráter crítico as mesmas deverão ser incluídas nesse anexo.
Debate
Humberto (Dataprev): Qual será a política do Fórum SBTVD para conceder certificados digitais ?
Segundo Laisa, a idéia inicialmente é que entidades que participam do Fórum SBTVD e consequentemente da cadeia de TV Digital recebam a concessão para assinar aplicações. “Não está definido, mas provavelmente serão empresas que estão associadas ao Fórum e que produzam aplicações interativas”.
Indagada sobre essa restrição de apenas empresas ligadas ao Fórum poderem ter certificados para assinaturas de aplicações, Laisa disse:
“A idéia é ter uma distinção do certificado de TV digital de um certificado genérico. Queremos garantir que aquela empresa é uma empresa da área de TV Digital e o Fórum faria uma recomendação para a entidade certificadora. Mas isso ainda será discutido”.
Marcos Munhoz (Dataprev): Quando a N05 será divulgada ?
“A N05 está com o texto pronto e dentro de alguns meses deve ir pra consulta pública”, disse Laisa.
Laisa disse também que a norma contempla dispositivos one e full-seg.
Indagada sobre o peso que os arquivos de certificação teriam na aplicação e a possível influência desses arquivos na demora do carregamento da aplicação, Laísa disse:
“Normalmente o que faz uma aplicação ficar pesada são os arquivos de imagem, áudio e vídeo. Os certificados são compostos de arquivos de texto, são arquivos pequenos. Fizemos testes e concluímos que o tamanho dos arquivos de certificação são desprezíveis em relação ao tamanho da aplicação. Esses arquivos não influenciarão no tempo de carregamento da aplicação”
Palestra Infraestrutura EBC para TV Digital com Emerson Weirich da EBC
A palestra de Emerson Weirich da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) focou na infraestrutura para transmissão do sinal digital no Brasil.
Emerson frisou bastante o grau de dificuldade para as emissoras em se adaptarem para transmitirem o sinal digital: “Não é simples, envolve conhecimento e altos investimentos com equipamentos”, disse ele.
Debate
Estratégia para implementação da TV Digital em conversores via satélite.
Segundo Emerson isso “é um desafio” já que a TV por satélite não é regulamentada sobre as mesmas normas que a TV terrestre (broadcast).
“Isso é muito difícil de acontecer, já que as redes pagas já possuem toda uma infraestrutura tecnológica preparada para transmissão e interatividade”. O ginga pode ser muito facilmente implementado em conversores para transmissão via satélite e a EBC está com projetos para transmitir conteúdos via satélite, mas isso não será de imediato pois existe a questão da regulamentação e interesse dos fabricantes em fabricarem conversores aptos para transmitirem o sinal via satélite. Imagino que a TV Digital pública pode inclusive incentivar a utilização desses conversores por parte da população já que será um grande instrumento de inclusão social e digital, podendo o usuário estar em qualquer parte do território brasileiro e ter acesso a conteúdos digitais e interatividade”.
Edson Castilhos (Dataprev): Interatividade e modelo de negócios nas TV’s Públicas.
“As emissoras públicas ainda estão engatinhando no que diz respeito a interatividade. Como é uma tecnologia inovadora e recente, as emissoras ainda não tem um modelo para implementar, ainda estamos criando um modelo. As discussões estão em torno de um modelo de portal que casa muito bem com uma programação educativa, cultural e pública”, disse Emerson.
Emerson ainda disse que a TV Brasil está transmitindo conteúdo com interatividade em caráter experimental para Brasília e ainda fazendo testes de interatividade em São Paulo e Rio de Janeiro.
Com relação ao modelo de negócios, Emerson disse que a EBC irá trabalhar com a convergência entre formatos (rádio, TV, celular) e que discutirão com todo o setor público (empresas e instituições) que tipo de serviços serão disponibilizados nessas plataformas.
Laisa Costa USP: Modelo de desenvolvimento de aplicações interativas para a programação das TVs públicas. As aplicações serão terceirizadas ou desenvolvidas pelas emissoras públicas ?
O grande problema do desenvolvimento de aplicações interativas para a programação das emissoras públicas segundo Emerson é o tempo. “Ainda não vimos uma forma viável de colocar um aplicativo interativo em um vídeo institucional ou break comercial de curta duração”. Essa é a grande dificuldade técnica hoje.”
Sobre o desenvolvimento de aplicações: “A EBC terá um modelo de prestação de serviços de interatividade. Nosso laboratório desenvolverá aplicativos interativos mas seu trabalho será principalmente a homologação do processo de transmissão. Estamos abertos a receber aplicativos de fora e nosso laboratório certificará que aquele aplicativo pode ser transmitido e fazer parte de nossa programação”.
Interatividade nas TV’s Câmara, Senado e Justiça
Para Emerson o modelo ideal é que cada emissora seje independente e desenvolva seus próprios conteúdos interativos. “O que há hoje é apenas uma conversa institucional sobre interatividade. A idéia é que cada uma delas desenvolva seus próprios aplicativos”.
Conversores interativos
Emerson criticou também a falta de uma política de popularização da interatividade no Brasil e lembrou das ações argentinas para popularização da TV digital interativa no país: “Temos um ou outro celular com interatividade, para os conversores fixos a situação é ainda pior, fico chateado em ver que na Argentina a TV Digital já nasce com o Ginga, vejo que na Argentina o Ginga se popularizará muito mais rápido do que no Brasil. O usuário acostuma com uma tecnologia e ele aprendeu a usar o conversor apenas para ver TV em alta definição.” Emerson ainda brincou dizendo que no Brasil “não temos um Steve Jobs para homologar os produtos de TV Digital”.
Emerson finaliza o debate dizendo: “O Ginga é importante para as emissoras, o ginga permite inclusão social e digital sem precisar necessariamente de um canal de retorno”
Palestra Cenário atual da TV Digital e o Ginga-Java, com Luiz Leite da UFRN
A palestra de Luiz Leite da Universidade Federal do Rio Grande do Norte começou com explicações sobre o funcionamento de um Sistema de TV Digital e sua arquitetura de referência. Simplificando um Sistema de TV Digital, Luiz Leite disse que o mesmo pode ser dividido entre elementos de transmissão, elementos de recepção e dados que são transmitidos pelos elementos de transmissão para os de recepção através de fluxos de transporte (TS – Transport Stream). Um ponto importante destacado por ele é que a ITU-T vem reconhecendo as normas brasileiras do SBTVD como normas internacionais.
Desenvolvimento de uma Aplicação Interativa
Segundo Luiz Leite, o desafio do produtor de conteúdo é juntar as mídias disponíveis (áudios, vídeos, textos, …) em uma aplicação. Na TV analógica nós fazemos isso e o resultado é um vídeo, na TV Digital podemos utilizar uma linguagem de programação e juntar todas essas mídias em um aplicativo o qual definirá as relações entre as mídias. Desenvolvido o aplicativo, o servidor de carrossel (protocolo DSMCC) é encarregado de transmitir os pacotes da aplicação para os receptores domésticos.
Luiz Leite define uma aplicação pra TV Digital como “alguma coisa no meio do caminho” entre um programa de TV e um programa de computador.
Ambiente Ginga-J
Histórico:
As pesquisas para um ambiente procedural próprio começaram em 2002 na Universidade Federal da Paraíba, entrentanto, segundo Luiz Leite, desde 1997 pesquisadores trabalhavam com o MHP (middleware do padrão europeu DVB-T). Em 2005 eles fizeram a primeira proposta para um middleware procedural para o SBTVD, chamado FlexTV. Ao final do projeto, houve uma junção entre o FlexTV (ambiente procedural) e o Maestro (ambiente declarativo) desenvolvido pela PUC-Rio, dando origem assim ao middleware Ginga.
Ainda em 2005, o Governo Federal impôs alguns requisitos ao middleware como:
- compatibilidade internacional para importação e exportação de conteúdos e,
- mecanismos para inclusão social e digital da população
Foi adotada então a norma da ITU J.200 para que esses requisitos pudessem ser seguidos, dando origem aos dois ambientes do middleware (declarativo e procedural) e uma “ponte” interligando os dois subsistemas.
Seguindo o requisito de compatibilidade internacional, os pesquisadores decidiram implementar o GEM (Global Executable MHP) baseado na linguagem Java com APIs específicas para o sistema de TV. Para preencher o requisito de interoperabilidade, os pesquisadores decidiram adicionar novas APIs ao GEM: as chamadas APIs Vermelhas, APIs Amarelas e APIs Verdes.
As APIs Verdes permitem o desenvolvimento de aplicações aderentes ao GEM e as APis Vermelhas chamadas de “APIs Inovadoras”, poderiam atender especificamente aos requisitos do Brasil. Dentro dessas 2 linhas os dois requisitos acima mencionados poderiam ser atendidos: compatibilidade internacional e inclusão social e digital. Entretanto em dado momento, descobriu-se um risco ao utilizar o GEM devido a possibilidade de pagamento de royalties. Se realmente o GEM fosse adotado, haveria a necessidade de pagamentos para o DVB
Em 2008 o Fórum SBTVD em parceria com a SUN decidiu implementar uma alternativa que fosse equivalente ao GEM mas livre de royalties.
O resultado foi uma nova especificação para o Ginga-J, chamada de JavaDTV.
Por que Java ?
Segundo Luis Leite a escolha pela linguagem Java deveu-se aos seguintes fatores:
- 4.5 milhões de dispositivos com Java
- 1.8 milhões de celulares com Java
- 2.2 milhões de JavaCards
- 20 milhões de TVs com Java
- 800 milhões de desktops com Java
- 100 milhões de desenvolvedores ao redor do mundo
Perfis Ginga
Luiz Leite continuou com sua palestra falando sobre os perfis de interatividade. Criou-se 3 perfis para os terminais (conversores) fixos, todos eles implementam o canal de retorno. O perfil A permite apenas a execução de algumas monomídias como imagens e áudio.
O perfil B dá suporte às características do perfil A mais vídeos, permitindo por exemplo recursos com o replay.
O perfil C implementa as várias inovações originalmente pensadas para o Ginga.
Cenário Atual
Luiz Leite enfatizou que existem poucos produtos no mercado e apenas recentemente começaram a surgir as primeiras TVs com o Ginga-Full, implementação do ambiente declarativo e procedural. Com relação ao SBTVD, o sinal digital já está disponível para 60 milhões de habitantes com vários países da América Latina aderindo ao sistema brasileiro.
Luiz Leite fez duas reflexões interessantes: Quantos conversores com Ginga estão sendo vendidos no Brasil ? Esses conversores estão de acordo com a norma ?
“Várias pessoas estão comprando conversores com o Ginga e as aplicações tem comportado de maneira totalmente diferente, dependendo do conversor nem executam. Isso é um problema que deve ser resolvido”.
Debate
Os conversores vendidos hoje no mercado suportam uma atualização para o Ginga ?
“A maioria dos receptores no mercado não tem capacidade de receber uma atualização de uma implementação do Ginga, a capacidade de processamento dos conversores é limitada devido ao corte de custos feitos pelos fabricantes”, disse Luiz Leite.
Edson Castilhos (Dataprev): A maioria das TVs vendidas hoje no mercado vem com conversores embutidos e sem o Ginga, e não há uma possibilidade de atualização. O grande problema é que as pessoas já compraram seus televisores de última geração e não terão suporte a interatividade e no final das contas deverão comprar novos aparelhos.
“O conceito de TV Digital no Brasil era só TV de alta definição. As pessoas devem se readequar de fato sobre o que é a TV Digital e saber que a TV Digital é mais do que simplesmente uma TV que possibilita alta definição. “
Marcos Munhoz complementou: “O maior problema que vemos encontrando com relação ao desenvolvimento é a fabricação de conversores com Ginga. Somente agora estão surgindo conversores com Ginga Full. Acreditamos que através do trabalho de André Barbosa, possam surgir conversores interativos a preços populares. Isso é necessário para a evolução do setor de software.”
OpengGinga
Luiz Leite disse ainda que o OpenGinga está sendo desenvolvido com objetivo de desenvolver uma implementação de referência para o Ginga-J. “É uma alternativa ao JavaDTV já que hoje as APIs do JavaDTV estão nas mãos de poucos.”
Palestra Marcelo Moreno do Laboratório Telemídia da PUC-Rio: Lua visando futura IPTV do Governo
A palestra do professor e líder da Comunidade Ginga no Portal do Software Público Marcelo Moreno começou com definições sobre o que é IPTV.
“IPTV não é youtube, não é vídeo na internet”, frisou Moreno. Moreno frisou ainda que IPTV é diferente de broadcast. Em IPTV o usuário pode selecionar quais aplicações deseja assistir. “Em IPTV a interatividade é inerente ao sistema”.
Moreno continuou sua palestra falando sobre os requisitos levantados pelos pesquisadores da PUC-Rio para o desenvolvimento do ambiente declarativo do Ginga:
- Sincronização de objetos de mídia
- Adaptação de conteúdo
- Suporte a múltiplos dispositivos de exibição
- Edição ao vivo entre outros
Só para lembrar o Ginga-NCL dá suporte para todos esses requisitos de middleware acrescentando ainda a possibilidade de desenvolvimento de aplicações do tipo “cidadãs”.
Moreno explicou algumas funcionalidades da linguagem NCL e como uma linguagem de “cola” permite a inserção de objetos imperativos em linguagens como Lua, Java, HTML, dentre outras.
Continuando sua palestra, Moreno mostrou alguns exemplos de aplicações interativas explorando as várias faces do Ginga-NCL como a possibilidade de interatividade local, aplicações que fazem uso da multiprogramação, interatividade em aplicações móveis, demonstrando a aplicabilidade dos requisitos mencionados acima.
Debate
Ferramenta Composer
Indagado por um representante do Banco do Brasil sobre a descontinuação da ferramenta de autoria audiovisual Composer, Moreno disse:
“O Composer foi descontinuado poque a ferramenta é instável e não confiável. Dependendo do tamanho da aplicação, a ferramenta começa a travar. O Composer foi desenvolvido em Java, uma linguagem não muito interessante para desktop”. Porém Moreno deu uma boa notícia para a Comunidade de desenvolvedores: “Começamos um projeto totalmente novo do Composer. Uma nova versão do Composer deverá ser lançada em Janeiro de 2011”.
Sobre conversores com suporte a múltiplos dispositivos: “O suporte a múltiplos dispositivos é opcional, por isso fabricantes não importam em implementar”.
Sobre a execução do Ginga em celulares com android: “Celulares com Android poderão executar o Ginga sem problemas”.
Palestra de Marcos Munhoz da Dataprev: TV Digital Social
O Fórum contou ainda com uma Palestra proferida pelo analista de TI da Dataprev, Marcos Munhoz sobre o projeto da Dataprev-RS TV Digital Social.
A aplicação do projeto “TV Digital – Social” foi desenvolvida utilizando o subsistema Ginga-NCL e suas linguagens NCL e Lua. Foram utilizados apenas softwares livre, tanto de desenvolvimento quanto para testes, como o ambiente Eclipse com plugin NCL e o Ginga-NCL Virtual Set-Top-Box.
As aplicações foram divididas em duas partes, uma com interatividade local e a outra, plena. A interatividade plena, permite acesso a:
- web-sites,
- twitter e,
- integra-se a um sistema interno da empresa que envia “SMS” ao celular informado.
Na interatividade local, existem os módulos:
- Informações do dia do Pagamento do Segurado, acessando a Tabela de Pagamentos;
- Informações gerais sobre a Previdência pela Central 135;
- Informações sobre a Tabela de Contribuição para a Previdência.
Na interatividade plena, os módulos são: “Localização da Agênciada Previdência Social mais próxima” onde o segurado informa o “CEP” de sua residência e pode ter a resposta enviada para:
- o celular;
- Acesso ao twitter da Dataprev e
- acesso ao twitter da Previdência Social.
Recentemente o projeto ganhou o prêmio de melhor produto no concurso de inovação da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (Set) e através de uma parceria com a EBC a aplicação pôde ser transmitida em caráter experimental para Brasília.
Conclusão
O Fórum TIC TV Digital realizado pela Dataprev foi uma grande oportunidade para o público conheçer melhor o que é a TV Digital e suas várias possibilidades. Com excelentes palestras e discussões, o Fórum TIC proporcionou troca de informações atualizadas sobre a tecnologia. Mostrou que apesar da TV Digital ter um enorme potencial para o país, ainda estamos longe de vé-la funcionando. Problemas de infraestrutura e falta de políticas de popularização de suas funcionalidades emperram um pouco o avanço do sinal digital no país.
A Dataprev está de parabéns pela iniciativa e esperamos que possamos assistir a vários outros Fóruns TIC sobre TV Digital daqui pra frente. Valeu também pela transmissão via tuitcam proporcionando a qualquer um ver em tempo real o Fórum.
por @DanielCruz733