Este blog foi movido !!!!!!!

Olá pessoal !

O Grupo Ginga Goiás está com um novo blog para melhor atender a vocês. Espero que gostem !!

Um visual renovado e potencialidades acrescidas que permitem uma navegação mais limpa e interativa. Faltam alguns detalhes para que a página fique 100%, porém a navegação já pode ser feita sem problemas. Acesse e deixe sua opinião.

Obrigado e Até Mais !

Novo endereço:

grupogingagoias.com.br/blog

 

Intacto Software disponibiliza seu laboratório para desenvolvedores testarem suas aplicações de TV Digital

Nesta semana, a Intacto TV Digital lançou um projeto para o setor de software de TV Digital . A Intacto disponibilizará o seu laboratório com Playout, Carrossel de Aplicações e servidores de SI para que desenvolvedores de todo o mundo possam testar suas aplicações TVD via ar, em diferentes marcas de conversores, simulando uma emissora real. Esse é o projeto OpenITVLab, que tem o intuito de valorizar o trabalho dos desenvolvedores, e trazer à público o potencial criativo que a TV digital possui.

Para participar do projeto, os desenvolvedores e demais interessados devem acessar o site http://www.intacto.com.br/OpenITVLab e submeter suas aplicações. Para cada teste realizado, será enviado um vídeo da aplicação em execução para o autor. Os vídeos autorizados serão divulgados pelo @TVdigitalBrasil e poderão ser visualizados no nosso canal no youtube http://www.youtube.com/TVdigitalBRA

Não fique fora dessa !

Análise: Indústria Sul-Africana critica ISDB-T em apresentação. Eles tem Razão ?

Dando continuidade ao assunto discutido no post anterior, vamos analisar a apresentação feita pelos executivos dos canais M-Net e E.Tv da África do Sul no último dia 08 de Junho.

Pra quem não leu o post anterior, no último dia 08 de Junho, os canais M-Net e E.Tv convocaram uma coletiva de imprensa para atacar o governo sobre a decisão de rever a adoção do padrão DVB-T feito em 2005 e ao mesmo tempo promover o padrão europeu. Quem quiser fazer o download do arquivo original usado na apresentação segue o link no final do post.

Adoção do Padrão

A apresentação começou com uma cronologia sobre o processo de migração digital no país africano.

Em 2005 a África do Sul decidiu pela adoção do padrão europeu (DVB-T) de TV Digital. Em 2008, o DVB-T foi selecionado como padrão para migração digital quando a *Cabinet aprovou a Política de Migração digital de adoção do DVB-T. Como resultado dessa seleção:

  • o Plano de Frequências de Transmissão Terrestre é baseado no DVB-T; 
  • a regulação final da migração digital feita pela *ICASA referencia o DVB-T;
  • a *SABS finaliza a especificação para set-top-boxes usando o DVB-T;
  • empresas de radiodifusão investem milhões em equipamentos. 

Em 2010, o Ministério das Comunicações põe na agenda a norma técnica para televisão digital terrestre. Um simpósio público é realizado em 29 e 30 de abril e apresentado ao parlamento em 01 de Junho.

Processo para Seleção do DVB

Em 2002, o Digital Broadcasting Advisory Body (DBAB) foi nomeado pelo Ministério de Telecomunicação para investigação de todos padrões existentes (ATSC, DVB, ISDB) e recomendou o DVB para a África do Sul. Segundo os expositores, o ISDB-T foi rejeitado porque:

  • operava apenas no canal de 6 MHz;
  • nenhum outro país fora o Japão havia adotado;
  • custo alto de set-top-boxes. 

Ainda segundo os expositores, em 2006, um novo estudo foi feito pela Digital Migration Working Group e novamente foi recomendado o DVB como melhor solução para o país.  

Processo Atual

Palavras dos expositores: “Apesar de 2 forças tarefas ministeriais independentes terem recomendado o DVB após uma profunda investigação dos padrões existentes, o Ministério agora considera uma mudança para o ISDB”.

“M-Net e E.Tv estão particularmente preocupadas com o impacto negativo de uma mudança a este estágio, já que o ISDB não possui nenhuma vantagem técnica com relação ao DVB”.

OS Mitos

Nesta parte da apresentação, os executivos dos canais apresentam e “desmentem” uma série de “mitos” que segundo eles foram perpetuados pelos defensores do ISDB em relação ao DVB. Vamos analisá-los:

Mito 1 O Padrão DVB se tornou obsoleto, é problemático e deficiente

A resposta: Para desmentir esse “mito“, os executivos disseram que: “O DVB-T é o sistema de TV Digital mais amplamente adotado no mundo, com mais de 150 milhões de receptores vendidos em mais de 40 países”.

Nossa opinião: O mito é sobre qual padrão é o mais adotado ou se ele possui problemas técnicos ? Para nós não houve uma resposta técnica satisfatória que desmentisse esse “mito”. E com relação ao mesmo, essa afirmação é correta. É tão correta que peritos sul-africanos recomendaram ao Ministério das Comunicações à exclusão do DVB-T dos testes técnicos. A diretora geral do Ministério das Comunicações Mamodupi Mohlala admitiu recentemente que a África do Sul fez “certo” ao rever sua decisão de adoção do padrão DVB-T. Tanto é que os europeus agoram investem suas fichas na segunda geração do padrão, o DVB-T2. O DVB-T tem como principais problemas, a portabilidade, já que a recepção por dispositivos móveis é deficiente, e a interatividade, que praticamente não usa a estrutura do “broadcasting televisivo” e sim a banda larga.

Mito 2 DVB-T2 é um novo padrão que foi criado por causa de problemas com o DVB-T

A Resposta: “DVB-T2 não é um novo padrão, é simplesmente um upgrade do padrão DVB-T, o qual foi desenvolvido pelo Grupo DVB para melhor eficiência do espectro”.

Nossa opinião: Upgrade ? Não é isso o que diz o Grupo DVB. Na página oficial do padrão (www.dvb.org) há um texto que diz o seguinte: “The new standard is designed for a post-ASO environment, where DVB-T services are already well-established. ” Traduzindo: “O novo padrão foi concebido para um ambiente de pós-ASO (analogue switch-off, ou apagão analógico), onde os serviços do DVB-T já estejam bem estabelecidos”. O texto deixa explícito que é sim um novo padrão e que deve apenas ser introduzido em um ambiente que já opere o DVB-T a algum tempo. Na página ainda há algumas frases interessantes:

“Products that implement the DVB-T2 standard are not likely to become widely available until 2010”. Traduzindo: “Produtos que implementem o padrão DVB-T2 não são susceptíveis de se tornarem amplamente disponíveis até 2010”. E tem mais:

“Whilst prices will fall over time, in line with past experiences for DVB technologies, they can be expected to be relatively high initially. This means that DVB-T2 should not, in the short to medium term, be considered for the launch of free-to-air multichannel standard definition services targeted at migrating a general population from analogue to digital. DVB-T is ideal for these purposes”.

“Embora os preços cairão ao longo do tempo, de acordo com experiências passadas para as tecnologias DVB, elas podem vir a ser “relativamente caras” inicialmente. Isso significa que o DVB-T2 nãodeve, no curto e médio prazo, ser considerado para o lançamento de serviços em definição padrão para multicanais mirando uma migração do analógico para o digital. Para esses fins, o DVB-T é ideal.”

Resumindo, os países que estão começando a migrar agora para a TV Digital são países em desenvolvimento, os quais os custos dos equipamentos pode ser um problema. O texto diz claramente que o DVB-T2 é caro e que não deve ser usado em países que já não operem o antecessor DVB-T. O próprio diretor executivo do DVB, Peter Siebert disse que os custos com equipamentos para operar o DVB-T2 é bem maior do que o DVB-T. Além do mais, os próprios europeus admitem que o DVB-T2 terá escala apenas em 10 anos. Hoje o DVB-T2 é operado apenas no Reino Unido.

Mito 3 A adoção do ISDB-T irá beneficiar a indústria local

A Resposta: Palavras dos executivos: “A adoção do ISDB irá prejudicar a indútria de fabricação local, porque o mercado para os set-top-boxes produzidos na África do Sul será para sempre restrito à aqueles poucos países que adotaram o ISDB”.

Nossa opinião: Para sempre é uma expressão forte, será pessimismo, realidade ou mais uma invenção da indústria sul-africana para influenciar a opinião pública ? O fato é que o ISDB vem quebrando barreiras, hoje não são só apenas países do eixo sul-americano que estão aderindo à norma. Países da América Central, Ásia e África estão de olho em nosso padrão. Praticamente todos os países que ainda não aderiram a um padrão, estão optando pelo ISDB. Dentre os últimos destacamos as Filipinas e a Costa Rica, países totalmente diferentes, distantes e com culturas diferentes. Se a *SADC decidir pelo ISDB serão outros 13 países do continente africano, potenciais países ainda incluem a Guiné Equatorial, Índia, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, e outros países da África oriental. Definitivamente será um grande mercado.

Mito 4 O ISDB-T é um padrão livre de royalties, diferentemente do DVB

A Resposta: “Ambos, DVB e ISDB, estão sujeitos às mesmas patentes, royalties e restrições de IP. Em particular, pagamentos de royalties para o OFDM (Sistema de modulação básica) e MPEG2 e/ou MPEG4, o sistema de compressão”.

Nossa Opinião: Eles mudaram o middleware ? Se não nos enganamos, o DVB usa o MHP/GEM o qual possui patentes envolvidas e que no final das contas “tem que pagar”. Nem mesmo os europeus apoiaram com total empenho o projeto MHP, considerado uma tecnologia cara e complexa. Admitamos também que o mercado europeu mostrou-se diferente do mercado de países emergentes. A TV Digital Interativa européia não é uma TV nas qual podemos acessar aplicações interativas e sim uma TV conectada á internet. Esse modelo não se adequa à países emergentes como Brasil e a países do continente africano, já que a porcentagem da população que possui acesso à banda larga em casa é mínima. Hoje, o projeto MHP está praticamente enterrado.

Mito 5 ISDB é uma tecnologia superior

A Resposta: Palavras dos executivos: “As diferenças técnicas entre o ISDB-T e o DVB-T1 são mínimas. Entretanto, DVB-T2 é de longe um padrão superior. Por exemplo, DVB-T2 possibilita 50% mais canais”.

Nossa Opinião: O ISDB-T é sim superior ao DVB-T1, prova disso são o número de países que vem adotando o padrão nos últimos anos. A adoção de um padrão de TV Digital não é um processo trivial, testes técnicos são realizados com participações não apenas do governo mas também da indústria de radiodifusão, empresas e instituições de ensino superior e de tecnologia. O ISDB-T é uma evolução do padrão DVB-T já que incorpora serviços mais eficazes como portabilidade, mobilidade e interatividade (livre de royalties). 

Impacto da Mudança para o ISDB-T

A apresentação continou com uma lista de consequências negativas se o ISDB-T for escolhido. Neste ponto os executivos não apontaram como “possíveis” essas consequências, ao contrário, eles “afirmaram” com todas as palavras que essas consequências irão acontecer. São elas:

  1. Consenso africano do padrão será indeterminada;
  2. Investimentos já feitos no DVB-T serão perdidos; 
  3. Consumidores pagarão mais pelos set-top-boxes.
  4. Atrasos serão causados;
  5. Falta de conhecimento e habilidade no ISDB-T terá impacto nos fabricantes emergentes da África do Sul.

1) Mudança para o ISDB-T irá indeterminar consenso Africano

Segundo a apresentação, se a África do Sul e os países que compõem a SADC optarem pelo ISDB-T, não haverá um padrão único no continente já que alguns países já transmitem o sinal DVB-T. Se isto acontecer, a África do Sul terá que coordenar com seus países vizinhos uma forma de evitar a interferência do sinal. Eles terminam dizendo que a “Capacidade dos fabricantes sul-africanos e de outras empresas em desenvolver produtos para todo o continente será prejudicada pela escolha do ISDB-T”.

Nossa Opinião: Um padrão único no continente é com certeza um fator importante para o mercado dos países africanos. Entretanto, a África possui 53 países e apenas 5 já optaram pelo padrão DVB-T (Quênia, Marrocos, Namíbia, Ilhas Maurício e Cabo Verde), um sexto país, a Tunísia, testa em caráter experimental. Portanto é uma forçação de barra dizer que a África irá entrar em “colapso” se o ISDB-T for adotado. Essa falsa “consequência” não pode ser levada em consideração no momento em que um país escolhe uma tecnologia de tão importância. Prova disso é a Colômbia, único país na América do Sul a adotar o DVB-T. Apesar de estar “ilhada” a Colômbia opera normalmente a TV Digital no país.

2) Investimentos já feitos no DVB-T serão perdidos

Segundo a apresentação dos executivos, se a África do Sul escolher pelo padrão ISDB-T, haverá uma perda estimada em 4 bilhões de RAND (moeda sul-africana). Como consequência, um financiamento público poderá ser necessário.

Nossa Opinião: Palavras do próprio governo sul-africano: “Os investimentos feitos pela indústria não serão perdidos, caso se opte pelo ISDB-T, já que os sistemas possuem os mesmos padrões de transmissão, modulação e codificação. “

3) Consumidores pagarão mais pelos set-top-boxes

“O ISDB-T não oferece economia de escala, apenas 8 países o adotaram. Isto significa que o preço de decodificadores ISDB-T ainda é muito alta, aproximadamente o dobro do custo de um set-top-box DVB-T saído da fábrica.”

“Como o DVB-T foi adotado por aproximadamente 120 países, qualquer um que o use pode se beneficiar pela economia de escala “. Eles terminam dizendo:

“Os altos preços de STBs ISDB-T irão desencorajar os consumidores – o governo terá que pagar mais por subsídios”

Nossa Opinião: Realmente os preços dos set-top-boxes DVB-T são mais baixos, alguns chegam a custar 39 euros (TVonics MDR240), algo em torno de R$ 80,00. Porém, como dito anteriormente, o padrão DVB-T já foi descartado pelo governo sul-africano, a briga é entre o ISDB-T e DVB-T2. E sabemos que o DVB-T2 não possui economia de escala e segundo os próprios europeus, só será competitivo em 10 anos.

4) Atrasos serão causados no lançamento da TV Digital

Segundo os executivos, ocorrerá um atraso de 3 a 5 anos no lançamento da TV Digital no país se o ISDB-T for adotado, predudicando prováveis oportunidades para a indústria local.

Nossa Opinião: Obviamente que os executivos da M-Net e E.Tv estão sendo pessimistas. Não acreditamos que a África do Sul possua uma comissão tão incopetente que levará de 3 a 5 anos para operar o sinal digital. Falamos isso em comparação com os países ao redor do mundo que elegeram um padrão e começaram a operá-lo. O Brasil decidiu pelo ISDB-T em junho de 2006. Em dezembro de 2007 já transmitia o sinal digital, ou seja, 1 ano e 6 meses depois. Na Argentina foi ainda mais rápido, depois de optar pelo padrão nipo-brasileiro em 28 de agosto de 2009, em abril de 2010, o canal 7 já transmitia conteúdo digital. A Colômbia optou pelo padrão DVB-T em 28 de Agosto de 2008. No começo de 2010 os três canais públicos (Canal Uno, Sinal Colômbia e Canal Institucional) já transmitiam digitalmente, 1 ano e 6 meses após a decisão. Mas o mais interessante é que a África do Sul e a SADC firmaram um acordo com o Grupo DVB-T em 2006, ou seja, são 4 anos de um acordo já firmado sem nenhuma transmissão digital. Os europeus não cumpriram o acordo de levar à TV Digital aos países da SADC, tanto é que a Copa do Mundo não terá transmissão digital no continente. É muita pretensão da indústria sul-africana falar em possíveis delays causados pela mudança para o ISDB-T. 

5) Falta de  conhecimento e habilidades no ISDB-T terá impacto nos fabricantes 

“O ISDB-T não foi desenvolvido ou implantado para operar em uma frequência de 8 MHz. Portanto não existem nem transmissores e nem receptores que operem nessa frequência. Em contraste, transmissores e receptores DVB-T que operam na faixa de 8MHz estão amplamente disponíveis, a um custo razoável e existe um conhecimento por parte da indústria da tecnologia.”

A Conclusão: “A África do Sul não se beneficiará de economia de escala se o ISDB-T for escolhido”.

Nossa Opinião: Todos os países que adotaram o ISDB-T operam na faixa dos 6MHz. Nem Brasil nem Japão operam em 8MHz, aliás não existiam nem equipamentos que pudessem operar nessa faixa. Como a maioria dos países africanos usam variantes do padrão analógico europeu PAL, o qual tem 625 linhas (e não 525 linhas), frequência de 50Hz (e não 60Hz) e canais de 8MHz (e não 7 ou 6MHz), a necessidade dos africanos é operar na faixa dos 8MHz. Isso era a grande cartada dos europeus contra o ISDB-T: A “impossibilidade” do ISDB-T operar em 8MHz. Porém parece que a M-Net, a E.Tv e toda indústria sul-africana parecem gostar de omitir alguns fatos. Em 31 de maio passado, todos ficaram perplexos quando os japoneses montaram uma super estrutrura na África do Sul para fazerem uma demonstração do ISDB-T em 8MHz. As transmissões ocorreram tanto em full-seg como em one-seg. Ninguém esperava uma agilidade para o uso do padrão nipo-brasileiro em outra faixa que não a de 6MHz, em função da logística e da escala de equipamentos. A última cartada dos europeus e da indtústria contra o ISDB-T foi por água abaixo.

A Conclusão

Depois de mais alguns textos, as emissoras terminam dizendo: “Nós continuamos com o compromisso de trazer à TV Digital para os sul-africanos. Mudanças a essa hora trariam atraso no lançamento da TV Digital e ameaçaria o switch-off em 2015. Porque ? Não há problemas com o DVB-T, o ISDB-T não nos traria benefícios. Os consumidores que pagarão a conta por qualquer mudança”.

“Estamos prontos para o digital !!”.

Para Finalizar: O poder da mídia é muito grande, e influencia grande parte da sociedade. É claro que esse é um movimento da indústria sul-africana contra o ISDB-T, e não do governo ou da sociedade. Mas por ser um assunto de difícil entendimento, a sociedade acaba que por “concordar” com a mídia mesmo sem entender os detalhes do problema. Percebemos também que esse movimento não é apenas um movimento da indústria sul-africana contra o padrão nipo-brasileiro, esse é um movimento de “TODO” continente africano. Uma matéria publicada no portal do jornal africano The Southern Times intitulada “Let’s Stop de Brazilians” – “Vamos parar os brasileiros” caracteriza bem o que acabei de dizer. O sentimento dos africanos é que uma invasão “territorial” brasileira é iminente. “Temos que parar os brasileiros senão eles tomarão nosso território”. Pelo que notamos das reportagens e dos comentários, a “guerra” iniciada pela indústria deu certo. A matéria do jornal pode ser acessado neste link.

Apesar do “clamor” da indústria e da própria sociedade, tudo indica que a África do Sul e a SADC optarão pelo padrão nipo-brasileiro de TV Digital. O simples fato da SADC rever sua decisão de acordo com o DVB-T mostra que os países da África Austral estão de olhos bem abertos no ISDB-T. Uma decisão sobre o padrão deve sair até o fim de Julho. É esperar pra ver.

Abraços da iTVBr, até o próximo post !!!!

*Cabinet: Nível mais alto do Poder Executivo do Governo da África do Sul. É composta pelo Presidente, o Vice-Presidente, os Ministros, e os vice-ministros.
*ICASA: Autoridade Independente de Comunicação da África do Sul. Regula os setores de transmissão e telecomunicações de interesse público.
*SABS:  Agência de padronização da África do Sul.
*SADC : Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral que inclui os seguintes países: África do Sul, Angola, Botsuana, Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurício, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue

Link Para Download do Arquivo Power Point da Apresenação da M-Net e E.Tv: Clique aqui.

Fonte: Artigo originalmente publicado no Blog da iTVBr (itvbr.wordpress.com)

Indústria Sul-Africana “Apela” e Convoca Imprensa Para Criticar ISDB-T

Dois dos principais canais de TV da África do Sul, M-Net E.Tv esquentaram ainda mais as discussões sobre a decisão do governo em voltar atrás da decisão de adoção do padrão europeu de TV Digital (DVB-T).

Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 08 de Junho, ambos disseram que se a decisão for favorável à adoção do padrão japonês, seria então “desastroso” para o país. Disseram ainda que a decisão de reabrir o debate foi uma “bobagem” e uma falta de “respeito” com os esforços feitos pela indústria de radiodifusores e com os “funcionários do governo anterior”, disse Marcel Goldin, diretor da E.Tv. 

“Não estamos satisfeitos com isso, e nós não estamos felizes com a maneira como as coisas estão acontecendo. Todo esse processo, desde o início, foi de colaboração, informação, transparência e participação. Agora, de repente, é quase unilateral”.

A decisão do Ministério das Comunicações em considerar outros padrões além do DVB-T caiu como uma bomba em toda indústria de radiodifusão. A indústria é totalmente contra a mudança para o padrão japonês, que já foi adotado por 8 países ao redor do mundo, incluindo o Brasil, que aliás, juntamente com o Japão estão constantemente em missões na África mostrando as vantagens do ISDB-T. 

“Não queremos levar a culpa por não termos alertado antes quando as coisas estiverem terrivelmente ruins. Estamos dizendo claramente que a forma como as coisas estão sendo levadas está errado e estamos dizendo isso agora, antes da coisa acontecer”. Disse Golding à imprensa. 

A diretora da M-Net, Patricia Scholtemeyer, disse que o sucesso da migração digital na África do Sul está “pendurada em uma balança” e que a decisão do Ministério das Comunicações de rever o padrão é “uma grande preocupação para a indústria de radiodifusão e deve ser uma grande preocupação para todos telespectadores”. 

Os executivos da M-Net e E.Tv usaram a coletiva para desmentirem uma série de “mitos” que eles disseram serem “perpetuados” pelos defensores do padrão ISDB-T com relação ao DVB-T. 

Tanto nós da M-Net quanto a E.Tv estamos completamente perdidos em relação ao porque do Ministério das Comunicações ainda considerar uma revisão, já que estamos quase lançando o sinal digital na África do Sul”, disse Karen Willenberg, diretora de assuntos legais da M-Net. 

As conseguências dessa drástica mudança em um estado avançado das coisas será muito severa para o país”, disse ela. 

A executiva para assuntos legais da E.Tv, Lara Kantor, disse que o investimento no país em infraestrutura iria para o lixo. A estatal de transmissão Sentech provavelmente exigiria milhões dos contribuintes para mudar o padrão, disse ela. 

Kantor advertiu que se a África do Sul mudar para o ISDB-T, ou outro padrão, a migração digital atrasaria em no mínimo 5 anos. “Isso colocaria em risco o apagão analógico previsto para 2015”, disse ela. 

Nós estamos esperançosos que nossos conselhos serão ouvidos. Temos que nos concentrar em avançar neste processo e prepararmos para o lançamento comercial do sinal digital”, disse Kantor

Dave Hagen, diretor da M-Net Broadcast Sevices, advertiu que a mudança para o ISDB-T  exigiria um adicional de 2,2 bilhões em subsídios para set-top-boxes para a classe baixa da população.

Nossa opinião

Em completo desespero a indústria de radiodifusão sul-africana tenta sua última cartada contra a “provável” escolha do governo pelo padrão nipo-brasileiro de transmissão digital. Influenciar a opinião pública contra a decisão do governo pode ser uma última chance. E isso já surtiu efeito. Resta saber se o governo cederá à choradeira da indústria ou se renderá à superioridade do ISDB-T.

No próximo post analisaremos a Apresentação feita pelos executivos da empresa na coletiva de imprensa.

Abraços !!

Post Originalmente publicado no blog da iTVBr

TV Digital Na Argentina: Um Exemplo a Ser Seguido

Nos próximos meses, pelo menos 1,2 milhões de famílias de classe baixa argentinas terão um conversor digital dentro de casa, estando assim capaz de assistir TV em alta definição. O esforço argentino faz parte do plano da Presidente Cristina Kirchnner “TV Digital Para Todos“. Em comparação com o Brasil, esse plano argentino se mostra ainda maior já que por aqui nada parecido foi feito.

A Argentina adotou o padrão nipo-brasileiro de TV Digital, o SBTVD-T/ISDB-Tb que difere do ISDB-T com relação à codificação de vídeo que usa o padrão MPEG-4 AVC e também ao middleware, o qual foi desenvolvido pelo Brasil e  tornou-se a grande inovação do padrão. Desde sua adoção, os argentinos vem em um franco desenvolvimento, com algumas emissoras já transmitindo o sinal digital e com planos de massificação da TV Digital no país.

Pegando carona no sucesso argentino, reproduziremos (com algumas modificações feitas por nós) uma reportagem publicada no Portal Pagina/12 com informações sobre essa nova tecnologia, um ótimo documento para quem ainda tem dúvidas sobre TV Digital. 

O que é a TV Digital Terrestre ?

É o resultado da aplicação da tecnologia digita para à televisão aberta, que é transmitida por ondas de rádio. Ao contrário do modelo de radiodifusão analógica, caracterizado por um número limitado de canais, a TDT pode fornecer mais canais. Com a técnica de compressão de imagens MPEG-4, pode-se transmitir até 6 canais em standard definition e um sinal para telefones celulares na mesma largura de banda, o qual requer um canal analógico de 6 MHz. O novo aparelho também proporciona melhor qualidade de imagem e som e uma capacidade interativa.

O que preciso para sintonizar a TV Digital em meu televisor doméstico ?

As famílias tem duas opções: comprar um televisor com receptor digital embutido ou um conversor avulso que permita decodificar o sinal para ser visualizado nas TV’s analógicas. Isso permitirá assistir à programação com melhor qualidade de imagem.

Posso ter uma TV por assinatura e ao mesmo tempo assistir à TV Digital ?

Sim. A televisão a cabo, por exemplo, se conecta pela entrada disponível à entrada da antena, enquanto o conversor digital se conecta pela entrada RCA. Para os equipamentos mais modernos, pode-se conectar pela entrada HDMI. 

Quem pode ter o conversor de forma grátis ?

O governo argentino decidiu acelerar a migração para o sistema digital subsidiando a fabricação de 1,2 milhões de conversores, os quais começaram a ser distribuídos gratuitamente há 2 semanas atrás. Destinam-se os conversores aos beneficiários de planos sociais e de pensões, aposentados que recebem benefício mínimo, associações sem fins lucrativos e cooperativas. As pessoas que atenderem a estas condições podem fazer a solicitação em qualquer agência dos Correios da Argentina apresentando uma fotocópia de sua identidade e o Cuil (uma espécie de CPF com Carteria de Trabalho). No caso brasileiro, a indústria tem apostado em conversores embutidos nos televisores digitais. Recentemente o Governo Federal visando o incentivo de produção de conversores por parte da indústria levantou uma proposta de incentivo fiscais, com redução de PIS e Cofins para convencer as empresas a produzirem em larga escala.

Em que outros dispositivos posso ver a TV Digital ?

Em telefones celulares, computadores e TV’s de Bolso (Pocket TV). No mercado argentino, a LG e Samsung possuem modelos de celulares que reproduzem a TV Digital. No mercado brasileiro destacamos o modelo TV Phone GM 600 da LG que possue o software Ginga que permite a interatividade. Para assistir à TV Digital no notebook e PCs é necessário um receptor USB de TV Digital. 

Quais canais transmitem o sinal digital ?

Na Argentina, apenas o Canal 7 e o canal Encuentro transmitem o sinal digital. O governo anuncou que prepara um pacote adicional de 15 canais dentre os quais destacam-se o canal infantil Paka Paka e um canal de cinema nacional chamado Incaa TV. Atualmente os canais privados não podem transmitir o sinal digital por não terem a concessão para operar. O único canal que realiza transmissões digitais é o Canal 9. No Brasil, todas as grandes emissoras já transmitem o sinal digital com muitos programas em alta definição (HD). No total, mais de 150 emissoras já possuem concessão para operar o canal digital em 29 cidades brasileiras.

Que outros tipos de conteúdos posso receber em minha TV Digital ?

A TV Digital não permitirá apenas receber programas em alta definição, permitirá também receber dados que complementam o programa, os quais estarão à diposição do usuário telespectador. Por exemplo: durante a transmissão de uma partida de futebol, o programa poderá disponibilizar um aplicativo com informações sobre as equipes, os resultados que obtiveram em outras partidas, artilheiros do campeonato dentre outros. Pressionando apenas uma tecla do controle remoto, o usuário telespectador poderia também ter acesso à previsão do tempo ou como está o trânsito em determinada avenida. Este recurso poderia também ser utilizado durante a transmissão de programas do tipo EAD, incorporando informações complementares, questionários, etc.

Posso ver a TV Digital em todo país ?

Por hora, a TV Digital pode ser vista apenas na Capital Federal e na Grande Buenos Aires graças a um transmissor doado pelo governo Japonês. Para saber quais locais pode receber o sinal digital, acesse a página mitvdigital.gob.ar ou ligue para o número 0-800-888-6488. O governo argentino iniciou a construção de outras 47 torres para garantir a cobertura potencial de 75% da população do país até o final do ano e até 2011 terá cobertura de 95%. Os outros 5% serão cobertos via satélite. No Brasil, 29 cidades já transmitem o sinal digital, dentre essas 20 são capitais mais o Distrito Federal. Para saber se sua cidade transmite o sinal digital acesse este link:http://www.dtv.org.br/materias.asp?menuid=3&id=11

A TV Digital será gratuita ou paga ?

O governo argentino decidiu promover o sistema com o slogan “Televisão digital livre e gratuita para todos”. Segundo o decreto 1148/09, a TV Digital “implicará no acesso de maneira gratuita a todos os usuários do serviço”. No Brasil, a TV Digital também é livre e gratuita.

Se você tiver outras dúvidas com relação à TV Digital faça-nos a sua pergunta, estamos a disposição para responder.

Até a próxima !!

Post originalmente publicado no blog da iTVBr

LCD, Plasma, 3D, OLED… Tire suas dúvidas antes de comprar sua TV

Se você já saiu às compras em busca de um novo computador ou HDTV (TV de alta definição), provavelmente viu um monte de termos complicados de tecnologia de telas nas especificações dos produtos nas prateleiras. Você pode ter se perguntado, “o que esses termos significam? Quais deles realmente importam”? Para responder a essas dúvidas, aqui está o nosso guia sobre o que essas especificações técnicas significam, o que você precisa saber sobre elas, e o que você deveria estar procurando por aí.

LCD (tela de cristal líquido) e plasma são os tipos de telas mais comuns que você vai ver no mercado. Plasma é predominantemente usada para HDTVs, enquanto as LCDs são comuns em TVs e monitores de computador. Além disso, há várias outras tecnologias interessantes no horizonte.

Alguns dos fatores mais importantes para a qualidade de uma tela são a profundidade de cor (a exatidão com que a tela reproduz as cores), seu ângulo de visão (se alguma mudança de cor ocorre quando você vê a tela lateralmente), e seu motion processing (processador de movimento – que refere a como a tela consegue lidar com cenas de ação rápida). Neste guia, vamos dar uma olhada em todos esses tópicos.

Plasma X LCD

Até pouco tempo , plasma era a tecnologia preferida para HDTVs, mas ela já foi ultrapassada pelo LCD. A tecnologia de plasma possui muitas vantagens e desvantagens em relação ao seu “rival”.

Alguns fabricantes, como a Samsung, produzem HDTVs de LCD e de plasma, e a Panasonic vende apenas a última, mas a maioria dos fabricantes se livrou da tecnologia, sendo que a Pioneer inclusive descontinuou sua linha de HDTVs de plasma no último ano.

O maior problema com essa tecnologia é o seu uso de energia. As HDTVs com essa tecnologia geralmente consomem mais do que as de LCD, o que, é claro, significa contas maiores no final do mês. Além disso, as TVs de plasma são mais suscetíveis a burn-ins (efeito de queimadura) da tela e fantasmas de imagem (image ghosting) do que seu rival, apesar de que esse é um problema mais recorrente em modelos antigos de plasma.

Apesar disso, existem razões reais para se considerar comprar uma TV de plasma em vez de LCD, especialmente se você dá valor à qualidade da imagem. As telas de plasma fazem um trabalho muito melhor em lidar com cenas escuras, e oferecem melhores ângulos de visão do que a maioria das LCDs.

E as HDTVs de plasma, historicamente, têm lidado de forma mais suave com imagens de movimentos rápidos (fast motion) em comparação com as de LCD. Na verdade, foi só a partir dos últimos anos – com o advento do backlighting (forma de iluminação da tela) de LED e taxas de atualização mais rápidas – que as LCDs tornaram-se mais competitivas neste assunto.

LCD: tela de cristal líquido 

Tela de cristal líquido – LCD em resumo – é um dos tipos de tela mais comuns que você vai encontrar em um computador ou TV.
As telas de LCD empregam inúmeras tecnologias diferentes, com twisted nematic (TN) e in-plane switching (IPS) sendo alguns dos mais comuns. Outros tipos mais completos de LCD incluem MVA (Multi-domain Vertical Alignment) e PVA (Patterned Vertical Alignment).

As diferenças entre as telas tendem a ser enigmáticas (tendo a ver com como os cristais líquidos são estruturados dentro das telas), mas existe uma diferença chave que a maioria das pessoas deveria se importar: um painel  TN LCD geralmente vai ter ângulos de visão mais limitados do que um painel equivalente de IPS, MVA ou PVA. Ângulos de visão mais amplos significam menos mudanças de cor quando você olha lateralmente para a tela. As HDTVs normalmente usam as tecnologias de maior performance como IPS, MVA, e PVA.

Profundidade de cor

Algumas LCDs são painéis de 6 bits, que são capazes de exibir aproximadamente 65 mil cores; outras são de 8bits, e conseguem exibir mais de 16 milhões de cores. Nos modelos mais completos, há LCDs de 10 bits que podem exibir mais de um bilhão de cores. Uma LCD de 6 bits pode “imitar” cores de 8bits a alguma extensão ao usar uma técnica chamada “dithering”. Esse approach tenta aproximar a verdadeira cor de uma imagem ao usar combinações de cores que a tela é capaz de exibir.

Para a maior parte dos usuários de computador, uma tela de 6 bits pode não ser ideal, mas se tudo que você faz é acessar a Internet e trabalhar com textos, não é o fim do mundo. Por outro lado, se o seu trabalho exige alta precisão de cores – como edição profissional de vídeo ou de fotografia – você vai querer se assegurar de ter, no mínimo, uma tela de 8 bits. As HDTVs normalmente usam telas de 8 bist ou superiores, então essa é uma preocupação a menos para TVs de alta definição.

Backlighting

O outro grande diferenciador entre as LCDs é a tecnologia de backlight. Tradicionalmente, as LCDs usavam fonte de backlight com lâmpada fria fluorescente (CCFL, em inglês), uma configuração que basicamente usa um tubo para iluminar sua tela. A maior desvantagem das CCFLs é que a backlight escurece com o tempo, por isso à medida que sua HDTV ou monitor envelhece, torna-se mais escuro e menos brilhante.

O backlighting LED (light-emitting diode) resolve esse problema específico, e oferece mais alguns benefícios. Ele não envelhece com o tempo, e ao contrário do backlighting CCFL, que demora um tempo para esquentar para atingir brilho total quando você liga a tela, o LED possui brilho total desde o momento em que é ligado.

Ele também possui um consumo de energia mais eficiente, sendo ideal para laptops e outros aparelhos portáteis, como smartphones e tablets. A empresa de pesquisa de mercado DisplaySearch prevê que mais da metade das HDTVs vendidas em 2011 virão com alguma forma de backlighting de LED.

É possível encontrar duas variações de backlighting de LED. O Edge-lit, como sugere o nome, coloca os LEDs ao longo da borda da tela, enquanto que no full-array, os LEDs ficam atrás do próprio painel. Normalmente, o full-array pode fazer um truque adicional que é muito útil: ele desliga o backlight em áreas mais escuras de uma cena para melhorar o contraste da tela – uma técnica conhecida como “local-area dimming” (algo como “escurecimento local da área”).

E essa técnica também está chegando a algumas LCDs com edge-lit. Em um evento neste ano, a Samsung anunciou HDTVs com backlit edge-lit que também possuem a função “local-area dimming”.

Taxa de atualização

A taxa de atualização (refresh) de uma tela descreve a velocidade com que ela consegue exibir um novo frame de vídeo. A taxa é normalmente expressada em hertz (Hz), que efetivamente significa a frequência de atualizações por segundo da tela (por exemplo, uma tela 60Hz se atualiza 60 vezes por segundo). As LCDs geralmente vem com taxas de 60Hz, 120Hz, ou 240Hz.

A taxa de atualização é um indicador importante sobre o quão bem uma tela consegue lidar com movimentos rápidos (fast motion) – uma coisa importante a considerar se você gosta de assistir a eventos esportivos ou filmes de ação. De modo geral, quanto maior a taxa de atualização, mais suave será o movimento. Essa é uma consideração mais para HDTVs, mas também existem alguns monitores de 120Hz no mercado.

O impacto da taxa de atualização sobre o desempenho de uma tela é uma questão controversa. Nos testes do PCWorld Labs, descobrimos que, de forma geral, 120 Hz é atualmente o ponto mais legal para HDTVs; você terá movimentos mais suaves do que com um set de 60Hz, e os preços estão diminuindo. A diferença entre 120Hz e 240Hz não foi tão gritante em nossos testes, por isso comprar uma HDTV de 240Hz pode não valer o investimento extra.

Tenha em mente que uma maior taxa de atualização não garante necessariamente uma melhor performance de movimento. Nós vimos algumas HDTVs de 120Hz falharem em nossos testes de movimento, por isso outros fatores – como os componentes eletrônicos por trás da tela – podem estar em jogo. 
Obviamente, o melhor a se fazer é olhar pessoalmente as HDTVs antes de comprar uma.

Proporções de contraste não significam nada

Muitos fabricantes fazem um enorme barulho sobre as taxas de contraste (contrast ratios), que deveriam especificar qual a amplitude que um raio de tonalidades claras e escuras podem ser exibidos por uma HDTV ou monitor. No entanto, essa é uma medida que não significa nada quanto à qualidade de uma tela.

Atualmente, não existe uma forma padrão de medir isso, o que explica até certo ponto a razão de uma companhia talvez listar seus produtos como tendo proporções de contraste no raio de 20,000:1, enquanto outra pode se gabar sobre proporções de 1,000,000:1.

Até que a indústria de eletrônicos estabeleça uma maneira de medir e expressar as proporções de contraste, você provavelmente deveria ignorar toda essa métrica. Em vez disso, julgue uma tela usando seus próprios olhos. Você vai querer procurar por telas que possuem preto bem escuro, como tinta, e evitar aquelas que possuem preto mais puxado para cinza.

3D

As telas 3D normalmente funcionam ao exibir dois streams de vídeo ao mesmo tempo: um para o olho esquerdo, e outro para o direito. Os frames desses sinais de vídeos são entrelaçados, por isso é preciso usar óculos para filtrar os dois sinais (ou seja, o obturador da lente esquerda vai filtrar a imagem produzida para o olho direito, e vice-versa).

Tanto a própria tela quanto os eletrônicos subjacentes possuem papel importante na tecnologia 3D. Uma HDTV ou monitor 3D precisa de uma rápida taxa de atualização (120Hz ou mais rápida), mas não importa se a tela é LCD ou plasma. No caso de telas 3D polarizadas, um filme colocado sobre a tela facilita o efeito 3D (no entanto, você ainda vai precisar dos óculos para filtrar os dois sinais de vídeo). E uma vez que uma TV 3D exige dois sinais de vídeo para o efeito 3D, também vai precisar de dois sintonizadores HD.

Uma tecnologia 3D ainda inédita é o 3D “autoestereoscópico” – em outras palavras, são telas que não precisam de nenhum tipo de óculos. A novidade estará presente em um futuro não muito distante, em gadgets portáteis como smartphones e no Nintendo 3DS, mas vai demorar um tempo até que você possa ter uma TV 3D autoestereoscópica.

O que vem depois: OLED

Telas OLED (Organic light-emitting diode) representam uma tecnologia relativamente nova; elas apareceram primeiro em aparelhos móveis e agora estão chegando aos monitores de PC e televisores. Ao contrário da LCD, OLED não exige nenhuma backlight – os pixels individuais se acendem. Isso permite que as telas desta tecnologia sejam muito finas.

No momento, a OLED continua impraticável em aparelhos maiores, especialmente em razão de custos de fabricação. Por exemplo, é esperado que a TV OLED de 15 polegadas da LG custe 2000 euros, ou cerca de 2.500 dólares nas taxas de câmbio atuais.

O tempo de vida tem sido uma preocupação para telas OLEDs. O analista de mercado da empresa DisplaySearch, Paul Semenza, nos diz que existem dois problemas: a degradação de tela como um todo, e a vida curta dos pixels individuais de cor.

Se um pixel de cor possui um menor tempo de vida do que outro, isso vai resultar em uma cor defeituosa com o passar do tempo. De acordo com informações prévias, os pixels azuis podem morrer rapidamente nas telas OLED, apesar de os engenheiros terem trabalhado duro para corrigir o problema. Semenza afirma que o tempo de vida das telas OLED tem melhorado nos últimos anos, mas que muita coisa depende do processo de produção.

Por enquanto, uma tela OLED deve funcionar bem em um telefone celular que você vai ter por alguns anos e então trocar, mas é difícil dizer como ela irá se comportar em dez anos de uso, que é o tempo esperado de muitos monitores e TVs.

Além disso, Semenza afirma que produzir telas OLED maiores em grandes quantidades vai exigir novas fábricas e novos métodos de produção, por isso não prenda sua respiração aguardando por uma HDTV OLED de 40 polegadas.

Apesar desses problemas, a OLED ainda é uma tecnologia que vale a pena acompanhar e aguardar por, mesmo que fora da sala de estar. No ano passado, a Sony demonstrou uma tela OLED flexível, que um dia poderia ser usada em todos os tipos de gadgets.

Artigo originalmente publicado em PCWorld

Academia Argentina a Todo Vapor em Projetos de TV Digital

A Argentina foi o primeiro país sul americano a adotar o padrão nipo-brasileiro de TV Digital, e desde então, dá aulas no Brasil. Primeiro, optou por implementar apenas a parte declarativa do middleware Ginga,tirando fora uma dor de cabeça para os brasileiros chamada “Java”, o qual foi o responsável por pelo menos 2 anos de atraso na interatividade brasileira. A decisão argentina não deixa de ser bastante acertada, já que o Ginga-NCL (subsistema declarativo do middleware Ginga) é a grande inovação brasileira inserida no sistema japonês, já está pronto e especificado para uso a pelo menos 2 anos e foi o primeiro framework reconhecido pela ITU-T para serviços IPTV. Recentemente foi anunciado pelo governo argentino a distribuição gratuita de 1.2 milhões de conversores para a população, massificando assim o uso da TV Digital no país. Enquanto isso no Brasil, a indústria parece estar “hibernando” e o governo brasileiro já estuda a facilitação de importação de conversores argentinos. Vemos que nossos hermanos estão trabalhando bastante, tentando popularizar de forma bastante rápida a TV Digital no país. Mas e a academia argentina, o que ela anda fazendo ?

Em 12 de fevereiro passado, o secretário Executivo do Conselho Assessor do SATVDT, o Sr. Luis Vitullo, recebeu diferentes universidades argentinas no Ministério do Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços com o objetivo de compartilhar pesquisas e projetos de desenvolvimento para a TV Digital.

Abaixo segue um resumo da academia argentina no mundo da TV Digital:

LIFA – Laboratório de Investigação em Informática Avançada da Faculdade de Informática, Universidade Nacional de La Plata

Para a LIFA , há dois aspectos no domínio da TV Digital para o qual devemos considerar maneiras de testar e validar os produtos:

O primeiro é: desenvolvimento de um middleware que implementa o padrão SDTV-T, como por exemplo o Ginga.

O segundo é: desenvolvimento de conteúdos interativos utilizando NCL/Lua.

O projeto apresentado tem por objetivo desenvolver uma tecnologia que permita automatizar testes e avaliações do middleware e aplicações interativas para TV Digital.

Instituto PLADEMA. Universidade Nacional do Centro da Província de Buenos Aires

O Instituto PLADEMA apresentou um projeto que consiste em desenvolver um método que permite dinâmicamente o re-design do fluxo do carrossel, otimizando os tempos de espera e download.

Um outro projeto é a incorporação do Ginga em módulos de simples utilização para o desenvolvimento de efeitos visuais em aplicações.

Um terceiro projeto do Instituo PLADEMA se propõe a investigar formas de interação entre o usuário e o hardware, e gerar propostas viáveis que permitam ampliar substancialmente os mecanismos existentes de usabilidade.

Laboratório de Imagem e Ciências da Universidade Nacional del Sur

Para o Laboratório de Imagem e Ciências da Universidade Nacional del Sur, o objetivo de seu projeto é investigar algoritmos de processamento de vídeo em tempo real, e sua implementação na plataforma Ginga para facilitar o desenvolvimento de aplicativos utilizados no âmbito exclusivo de TV digital, bem como a interação ou convergência entre o PC e a TVD. Esses algoritmos são relativamente conhecidos em outros contextos, e incluem a manipulação de histogramas adaptativos (equalização), filtragem de convolução,  processamento morfológico, processamento espectral, segmentação e reconhecimento, compressão, etc.

Universidade Nacional de San Martín e Universidade de Buenos Aires

O projeto GAMBETAS (Ginga-oriented Automated Methodology for Better Embbeded Television Application Software) da Universidade Nacional de San Matín e da Universidade de Buenos Aires  discute os problemas relacionados ao desenvolvimento de software interativo, baseado em Ginga-NCL, para aplicações destinadas à TV Digital. Devido ao importante impacto sócio-econômico da área é imperativo que o processo de desenvolvimento garanta a qualidade do produto final, e como parte do processo de concepção, implementação e validação, a produtividade é necessário para garantir o cumprimento dos requisitos de tempo impostos pelos diferentes componentes (áudio, vídeo, usuário, etc) interagindo. Nesse sentido, o projeto propõe desenvolver metodologias e ferramentas associadas para garantir a eficiência das aplicações.

Universidade Nacional de Tres de Fevereiro

A Universidade Nacional de Tres de Fevereiro (UNTreF) apresentou seu projeto abordando o problema de falta de bandas (canais) livres no espectro radioelétrico para a TV Digital. Neste sentido, a proposta se baseia em um poderoso algoritmo de compressão, o qual permite uma divisão eficiente dos canais de HDTV. Este algoritmo possui várias vantagens:

Catalisador:  pois é independente da norma ;

Sub-canalização: divide cada canal em vários sub-canais 

Rapidez: pois não gera atrasos e latências frente as necessidade do emprego de vários sub-canais ou frente ao áudio a ser transmitido;

Distribuição: permite inserir as mais recentes tecnologias em processamento  paralelo, permitindo uma transmissão mais rápida;

Forte assimetria: uma vez que todo o poder de computação e por seguinte de hardware, se faz do lado do codificador e não do decodificador, por isso é transparente para o usuário final, servindo a esse propósito qualquer set-top-box.

 Universidade Tecnológica Nacional

Finalmente o projeto da Universidade Tecnológica Nacional (UTN) busca explorar a sinergia entre a plataforma de TV Digital com outros acessos de banda larga para contribuir com um maior acesso à informação e a educação, integrando o maior número de benefícios do SATVD-T. Neste sentido, serão explorados novos formatos para a televisão educativa e inteligente e será formulado um protótipo de T-Learning que se aplique à realidade nacional.

Por Daniel Alves da Cruz
danielcruz733.wordpress.com 

DVB X ISDB – Indústria Sul-Africana é Totalmente Contra Adoção do ISDB-T

Uma batalha pode ser iminente entre a indústria e o governo sul-africano sobre o padrão de transmissão para televisão digital terrestre que a África do Sul irá adotar. É uma decisão que segundo a indústria sul-africana poderia retroceder por anos o plano de avançar com a TV Digital no país.

A África do Sul se comprometeu a utilizar o padrão europeu de TV Digital (DVB-T) após a recomendação da UIT em 2006, mas o departamento de comunicação resolveu brecar a escolha do padrão e quer que emissoras considerem o padrão japonês (ISDB-T) como uma opção. Isso acabou acontecendo na reunião da SADC que aconteceu em abril passado.

Emissoras da África do Sul já estavam executando extensos testes usando o padrão DVB-T e há preocupações de perdas de milhões em recursos aplicados se o país resolver mudar a adoção do padrão de TV Digital.

A indústria sul-africana, tanto públicas quanto privadas, já manifestam sua preocupação dizendo que a adoção de outro sistema poderia atrasar a passagem da televisão analógica para a digital terrestre em até 3 anos, e colocar o país no caminho da tecnologia mais “cara“.

“Estamos muito perto de lançar este padrão (DVB-T) , e por isso eu não entendo por que agora, em cima da hora, nós consideramos algo mais”, diz o diretor de desenvolvimento de negócios da Altech (empresa da área de Telecomunicações da África do Sul) Anton Lan. A Altech é o maior fabricante do país de set-top-boxes.

“Tanto tempo foi gasto neste projeto por todos, governo, Sentech, emissoras, uma pergunta: Por que agora ?”, resigna-se Lan.

O executivo chefe da Altech, Craig Venter, segue a mesma linha, “É ridículo para nós considerar uma mudança na especificação para transmissão digital a esta hora”. Venter disse mais: “Se este tipo de projeto vai ser exportado e irá beneficiar Japão ou Brasil à custa da África do Sul, eu, francamente, perderei a confiança neste país”.

O fato é que a grande maioria na África do Sul está bastante contrária a idéia de adotar o ISDB-T, tanto empresas quanto engenheiros não cansam de falar sobre os “grandes” benefícios do DVB-T em relação ao ISDB-T, reportagens que achamos ser bastantes tendenciosas á idéia de adoção do DVB-T poem o Brasil como o grande vilão da história. Um editor do site especializado em tecnologia techcentral escreveu: “O Brasil é apenas um de umpunhado” de países fora do Japão que adotou o ISDB-T … ele está colocando muita pressão sobre o governo sul africano para que o mesmo cancele seu compromisso com o DVB-T”. Um leitor escreveu: “Então, por que nós temos que seguir o Brasil, só porque o treinador de futebol é de lá ?? É uma piada, o governo tem mostrado agora que eles não sabem o que estão fazendo, afinal já investimos bastante na implementação do DVB-T”. Outro escreveu: “Eu ainda espero que o governo sul-africano mantenha a opção pelo DVB-T ! Adotar o padrão brasileiro significa criar empregos no Brasil, importar do Brasil, pagar mais porque a implementação do ISDB é mais cara … Vamos ficar com o DVB-T2 ! Este é o melhor”. De todos comentários apenas um (provavelmente um brasileiro ou japonês)  escreveu a favor do ISDB-T, a reação fo instantânea: foi “metralhado” por uma enxurrada de críticas.

De acordo com um órgão da indústria, a Sadiba (Southern African Digital Broadcasting), o ISDB-T tem “aplicação limitada e fragmentada no Japão e no Brasil, com a recente adoção de Argentina, Peru, Chile, dentre outros”.

De acordo com o relatório da Sadiba, o ISDB-T não oferece benefícios tecnológicos sobre o DVB-T. “Não é a mais avançada tecnologia disponível hoje, e nem é mais eficiente no espectro, acessível, interativa ou mais flexível do que o DVB-T”.

A associação diz que a implementação do ISDB-T irá resultar em um “aumento na interferência de rádio”, em uma  “pobre eficiência do espectro e desperdício do mesmo” e que isso não está em conformidade com um acordo assinado pela União Internacional de Telecomunicações da qual a África do Sul é um dos signatários. 

“Ninguém pediu por uma mudança no padrão a não ser o Ministério das Comunicações, o qual tem sido duramente assediado por lobistas japoneses e brasileiros” diz o representante da Sadiba, Gerhard Petrick.

Petrick diz que o padrão ISDB-T não se encaixa nos planos de banda de frequência que a África do Sul tem coordenado com a Europa e outros países da África. 

Os esforços para reconsiderar o padrão não se baseiam em avaliações científicas ou factuais do desemepenho dessas normas”, diz Petrick.

“O convite para participar de um debate de padrões é claramente tendenciosa contra a norma DVB-T e sinaliza que o Ministério das Comunicações comprou as falas dos lobistas japoneses e brasileiros”.

Segundo Petrick os “lobistas” japoneses e brasileiros estão pressionando a África do Sul a adotar a tecnologia, porque eles estão lutando para obter economias de escala necessárias para obter preços mais baixos em seus próprios mercados.

“O DVB-T será sempre mais barato, porque seu mercado é muito maior”, diz Petrick.

Um dos últimos capítulos nessa “guerra” foi o envio de um protesto formal por parte do Brasil e Japão à UIT devido a participação de um membro da entidade nas conversas realizadas pela SADC em Lesotho no início do mês.  O representante suiço da UIT,  David Botta chegou a ameaçar os africanos caso optassem pelo ISDB-T.  “É um caso muito grave. Ele não apenas omitiu informações sobre o ISDB-T como partiu para a chantagem. Alegou que uma eventual decisão pelo padrão nipo-brasileiro adiaria em dois anos a implantação da TV Digital nesses países e chegou a ameaçá-los, dizendo que se eles não confirmarem o acordo de Genebra, serão apagados todos os arquivos referentes à canalização. Ou seja, criou um clima de caos pela não adoção do DVB”, reclama o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa. 

Discussões a parte, o fato é que o DVB-T está enfraquecido e o governo sul-africano considera realmente a troca do padrão, após testes comparativos realizados, dirigentes sul-africanos disseram que podem partir pra uma opção diferente do DVB-T.

Sem entrar em discussões de qual padrão é o melhor e qual o pior, minha opinião é a seguinte: Realmente é duro para a indústria sul-africana jogar 3, 4 anos de trabalho fora. Set-top-boxes preparados para receber o sinal DVB-T estão prestes a ser comercializados por lá, seria uma grande perda para toda indústria. Porém o ponto a ser verificado é: Qual é a necessidade do país ? Qual a necessidade da África do Sul ? Todos nós sabemos que as grandes corporações pouco se lixam para a população, o que importa no final é o retorno que terão do investimento feito, e isto podemos ver claramente na África do Sul. A grande preocupação da indústria não é qual o melhor padrão a ser adotado pelo país e sim o quanto de dinheiro vão perder se o governo resolver adotar o ISDB-T. Tirando o governo, TODOS estão contra a idéia do país da copa adotar o ISDB-T. Para finalizar coloco um comentário de um leitor sobre o fato do governo rever a adoção do DVB-T:

Acho que o Ministro atual deve ser sujeito a uma auditoria se houver uma decisão favorável a adoção do ISDB-T e, especialmente, se ele acabar com todas as despesas pagas em férias no Rio de Janeiro”.

“O Brasil não é um bom garoto-propaganda quando se trata de corrupção… isto fede”

Por Daniel Alves da Cruz
danielcruz733.wordpress.com 

 

IESB – Seminário de TV Digital e Interatividade

Estivemos ontem (11/05/2010) em Brasília para participar do Seminário de TV Digital e Intertividade realizado pelo Instituto Superior de Ensino de Brasília. 

O Seminário contou com presenças ilustres em sua banca como a Dra. Cosette Castro, doutora em Comunicação pela Universidade Autônoma de Barcelona, o professor Dr. Luiz Fernando Gomes Soares, pós-doutorado pela École Nationale Superieure des Télécommunications e considerado o “pai” do middleware Ginga , o cineasta e roteirista Newton Cannito que assumirá esse mês o cargo de secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura e Lígia Girão, professora de Cinema e Mídias Digitais do IESB.

A primeira exposição foi da Dra. Cosette Castro. Em sua apresentação a Dra. frisou que estamos ainda no chamado “Estágio da Ponte“, não estamos num mundo analógico mas também não estamos no mundo digital, ou seja, fazendo uma analogia com uma pessoa atravessando a ponte, onde o começo da ponte significa o sistema analógico e o final da ponte é o sistema digital, estamos mais ou menos no meio, atravessando. Segundo ela há um caminho longo para o mundo se tornar digital, pois grande parte da população ainda não tem domínio e acesso a mídias digitais (celulares, computadores, internet, …). 

Para uma platéia composta principalmente de estudantes de jornalismo, publicidade, cinema e comunicação a Dra. focou no impacto que as mídias digitais causaram e causam na sociedade atual. “As novas relações estão se formando virtualmente, as pessoas estão mais públicas, todas querem ser vistas. O mundo virou um só, compartilhamos globalmente informações e a redefinimos à nossa maneira. ” O que causa uma grande mudança na fórmula atual do jornalismo, frisou ela. “Estamos funcionando 24 horas por dia, se ligamos a TV, temos um celular em nossas mãos para acessar à internet e escrever um texto no blog ou fazer um comentário no twitter”. O que, segundo ela, levou aos sociólogos a uma nova definição chamada de “24×7”, estamos 24 horas por dia, 7 dias na semana “conectados”. “Nossa posição não é desconhecida, não adianta enganar seu chefe pois ele irá te achar”, bricou ela.

A Dra. destacou a convergência de todos os meios de comunicação em torno da internet, as mídias digitais como (rádio e TV Digital, games e rede, cinema digital, computadores e celulares) e também as chamadas mídias transversais (DVDs, HQs digitais, ebooks, …).

Em relação á TV Digital, a Dra. explicou para a platéia o que seriam os conteúdos digitais interativos, que com certeza são muito além dos dados (áudio, vídeo, texto, imagem, …). Os conteúdos interativos devem permitir a participação direta do usuário, deve permitir também expressar sua opinião e até a própria construção do conteúdo. Alguns exemplos que ela citou foram o EaD, aplicações de entretenimento, aplicações T-banco, T-cidadania, dentre outros. 

Nessa nova fórmula que está se formando com a adição das mídias digitais ao nosso cotidiano, a Dra. destacou os “Novos Atores Virtuais” . Hoje o público é completamente ativo com as novas mídias de convergência. As audiências são completamente migratórias, pois se ao ligar a TV e aquele conteúdo não a interessar, o usuário pode tanto mudar o canal (o que não existia antigamente) como também mudar de mídia, ir para o computador, acessar à internet, fazer um download e escutar uma música em seu celular ou ligar o seu videogame. 

Mas é a TV Digital no país ?

Ela está presente em 98% dos lares brasileiros, significando um importantíssimo objeto de inclusão social no país. O Sistema Brasileiro de Televisão Digital permite a portabilidade, ou seja, você pode assistir á TV tanto em sua casa em uma TV LCD ou Plasma como em dispositivos móveis e permite também a mobilidade, podemos assistir tv em movimento. O controle remoto será cada vez mais parecido com um celular, sendo usado como um canal de retorno.

Um ponto importante da apresentação da Dra. Cosette Castro foi com relação ao digamos “mito” de que a TV Digital não pegou no país. Ela desmente essa expressão fazendo uma comparação entre a implantação do modelo analógico no país com a implantação do modelo digital. Ela concorda que a TV Digital ainda é cara e um privilégio de poucos, porém, segundo ela, “o Brasil fez história.” Quando a tv analógica entrou em operação no país, ela levou mais de 10 anos para ter sua própria linguagem, levou 10 anos para se tornar popular, ela ainda brincou que em sua época ocorria o chamado “Tele-Vizinho“, quem não tinha TV, ia à janela do vizinho assistir à programação. Com a Tv analógica levou-se mais de 10 anos para formar as primeiras gerações de técnicos, os técnicos eram todos “importados” dos EUA e levou mais de 30 anos para exportar conteúdos digitais. “Hoje o Brasil faz história porque exportamos a tecnologia”.

Para finalizar sua exposição, a Dra. Cosette listou alguns desafios para essa nova TV que se forma. Um ponto interessante que ela destacou é a “convergência de pessoas“. Necessita-se de projetos conjuntos de profissionais da computação, comunicação, design, engenharia, educação, … “Ninguém hoje faz nada sozinho, o engenheiro de computação entende de código, o designer entende da disposição que aquela imagem ocupará na tela da tv, o da educação entende do que é preciso colocar no aplicativo t-learning, e assim por diante”.

Na segunda apresentação da noite, o atual secretário do audiovisual do Ministério da Cultura, Dr. André Barbosa Filho não pode comparecer, em seu lugar foi uma assessora.

Ela destacou a imensa evolução que esse governo teve do anterior, tanto de trabalho como de mentalidade. Segundo ela, grande parte dessa evolução deveu-se ao ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil que em seu primeiro dia de mandato disse a eles: “Não podemos fazer políticas novas com gente velha”. Segundo ela, esse novo pessoal que entrou, “cheio de gás” e com grande vontade de trabalhar fez a grande diferença nesse governo. Essa nova mentalidade levou o audiovisual a ser um “Tema Estratégico de Estado“, entenderam que deveriam trabalar o audiovisual em seu estado mais amplo e não apenas em plataformas tradicionais como TV e cinema. O resultado foi o grande fortalecimento da TV Pública no país, principalmente com a criação da TV  Brasil e programas de extrema qualidade como DocTV, o concurso de desenvolvimento de Jogos Demos Jogáveis, o JogosBR, que resultou em jogos de extrema qualidade e o fomento ao desenvolvimento de séries e animações que segundo ela “coloca a Malhação da Rede Globo e o Cartoon Network no chinelo”. “O Brasil possui um grande potencial, e saibam que existe um órgão no governo preocupado com conteúdo e audiovisual, idéias legais serão muito bem-vindas”, disse ela.

A terceira apresentação da noite foi do futuro secretário do audiovisual do Ministério da Cultura Newton Cannito. Newton que foi roteirista da premiada série 9 mm e Cidade dos Homens focou bastante no desenvolvimento de conteúdos, seje ele para qualquer tipo de plataforma. Segundo ele as pessoas ficam muito focadas na tecnologia, celulares, computadores, internet, blogs e esquecem que quem realmente fomenta tudo isso são as pessoas. “O importante não é a tecnologia, não é a interatividade, não é a TV Digital, o importante somos nós, que escrevemos e enriquecemos essas mídias”. Segundo ele o investimento maior deve ser feito nas idéias, “o que falta são idéias boas, se Cidade de Deus foi um grande sucesso, foi porque teve um sociólogo que fez pesquisas durante anos sobre aquele tema, … Meirelles foi lá e apenas transportou aquele estudo para as telas de cinema”.

A última apresentação foi a do premiado pesquisador Dr. Luiz Fernando Gomes Soares da PUC-RJ. Ao iniciar sua apresentação, o professor brincou com o futuro secretário do audiovisual do Ministério da Cultura Newton Cannito, “bom eu sou o cara da tecnologia, agora é a minha vez”. Em sua apresentação o professor concordou com o secretário e disse que a interatividade não é o “carro-chefe”  da TV Digital, a interatividade é bastante antiga, e essa nova interatividade na TV é até mesmo, “chata“. Ele frisou que a TV não é um computador, TV e internet são coisas completamente distintas, por isso a chamada convergência, “uma coisa complementa a outra“. A interatividade segundo ele, apenas “facilitará” o que já fazemos hoje.

O professor frisou que a interatividade deverá ser usada com parcimônia, com cuidado e apenas de vez em quando. Para ele a TV é “vídeo” e não “textos”. Além do mais a interatividade é cara, “em um programa de TV como o Você-Decide – onde você tinha 2 finais –  o custo final da produção era 2 vezes maior, com a interatividade se voce tiver 4 fluxos diferentes no programa, o custo será 32 vezes maior”. O professor garantiu que não espera que a interatividade na TV seje como as aplicações que existem hoje, “essas aplicações que mostro pra vocês são ridículas, foram feitos por engenheiros … a tecnologia é apenas o meio, nós, os engenheiros desenvolvemos esse meio para que vocês, os desenvolvedores de conteúdos façam o fim … eu espero que a interatividade na TV seje totalmente diferente disso porque o conteúdo final quem desenvolve são pessoas com criatividade”. O professor cobrou uma postura maior dos profissionais da comunicação em relação ao desenvolvimento de aplicações interativas “as aplicações que existem hoje foram feitos por engenheiros, as empresas que existem hoje são compostas por engenheiros, e nós realmente não temos a criatividade de vocês”.

A grande inovação da TV Digital brasileira, chama-se Ginga, e segundo ele não é o Java “a inovação que deixou o Ginga como o mais avançado no mundo foram as linguagens NCL e Lua. Com elas podemos fazer o que quiser”.  O professor demonstrou a aplicação interativa “O Primeiro João“, sobre o Garrincha, com foco principalmente na adaptabilidade, mostrando a possibilidade de focar sua aplicação para públicos distintos.

Até a próxima !!

Por Daniel A. Cruz
danielcruz733.wordpress.com
 

« Older entries